Economia
Ex-diretor da Americanas relata dificuldade de emprego e abre bar na Rocinha


JOANA CUNHA E DIEGO FELIX
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-diretor financeiro da Americanas, Fábio da Silva Abrate, cuja delação veio à tona na recente denúncia concluída pelo MPF (Ministério Público Federal) no caso do escândalo contábil da varejista, inaugurou um estabelecimento chamado Brasa Boteco na Rocinha, no Rio de Janeiro, depois de uma fase em que enfrentou dificuldade para se empregar após sair da companhia.
Aos procuradores, o executivo contou que, desde sua demissão da Americanas em 2023, também abriu uma consultoria e teve uma passagem curta pela rede de moda Zinzane, de acordo com trechos da delação aos quais a Folha teve acesso.
O cenário que encontrou fora da Americanas, descreveu ele, foi de terra arrasada: além de perder o emprego, sua imagem e sua empregabilidade estavam prejudicadas.
Ao encerrar sua carreira de 20 anos na companhia, ele lamentou a forma como foi afastado, em uma reunião da qual apenas os advogados participaram.
Ainda conforme a delação, o estabelecimento na Rocinha foi aberto em janeiro do ano passado e resulta de uma sociedade feita com seu pai, que tem 20%, além de um gerente de bares, morador da comunidade, que tinha 10%. Cerca de seis meses depois, o executivo adquiriu a fatia do minoritário ficando com 80%, ao lado do pai.
Procurado pela reportagem, Abrate e seus advogados não quiseram se pronunciar sobre a delação. Por meio de nota, ele comentou apenas sobre o estudo que elaborou para levantar o potencial de mercado na Rocinha.
“Na avaliação que eu fiz sobre o potencial negócio, eu identifiquei uma oportunidade de criar um estabelecimento que entregasse dignidade à população por meio de ambiente limpo, alegre, bem reformado, com boa comida e boa bebida, gerando emprego para as pessoas locais, com bom atendimento ao público (morador atendendo morador) e cobrando um valor justo por isso. Combinando ainda transmissão dos jogos de futebol e música ao vivo. Essa fórmula não se via nos restaurantes que já estavam presentes na região”, disse em nota enviada à Folha.
Em sua delação, feita em novembro de 2024, Abrate disse que a casa ainda não dava lucro e que seu faturamento girava em torno de R$ 120 mil a R$ 130 mil.
A decisão de empreender no ramo veio após a conclusão de que o impacto reputacional provocado pela repercussão do caso Americanas dificultaria o caminho para Abrate se empregar novamente como alto executivo. A princípio, ele abriu a consultoria, mas também sentiu que não seria fácil atrair clientes.
Aos procuradores, o delator disse que a varejista de moda Zinzane já havia contratado outro ex-executivo da Americanas e o convidou para entrar na equipe.
A princípio, disse, a Zinzane propôs a ele uma remuneração inferior a R$ 50 mil por mês, valor que considerou baixo para uma função de tempo integral, mas negociou R$ 25 mil por um pacote de algumas horas de dedicação, o que lhe permitiria complementar a renda com outras opções de trabalho.
Ao notar que a atração de novos clientes para a consultoria não avançava, Abrate relata ter negociado com a Zinzane para receber uma remuneração mais alta, em torno de R$ 100 mil mensais, segundo afirmou na delação.
Porém, também não avançou. Poucas semanas depois, uma nova frustração apareceu, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Disclosure, em junho de 2024, o que o levou a se afastar da rede de moda e se concentrar no projeto do Brasa Boteco.
Em nota enviada à Folha, Abrate também comentou sobre a experiência na Zinzane. Disse que o salário de R$ 100 mil por mês foi combinado para dedicação exclusiva, mas ele não chegou a completar um mês de trabalho.
“Meu início presencial na Zinzane foi na segunda quinzena de junho de 2024, e a operação da PF foi no dia 27 de junho de 2024”, disse em nota.
A Zinzane não respondeu às tentativas de contato feitas pela reportagem.
Economia
Inflação na Argentina vai a 1,5% em maio, o menor patamar em cinco anos


DOUGLAS GAVRAS
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Em mais um dado positivo para o governo de Javier Milei, a inflação mensal na Argentina, medida pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) registrou 1,5% em maio de 2025, conforme divulgado nesta quinta-feira (12).
É o menor número para maio desde 2020, quando o IPC também marcou 1,5%. Em abril, o Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos) havia apontado que a inflação de 2,8%. Em 12 meses até maio, o indicador ficou em 43,5%.
Os dados nacionais seguem em linha com a inflação registrada na cidade de Buenos Aires, divulgados na segunda-feira (9), mostraram uma taxa de 1,6% em maio, a mais baixa em cinco anos. Isso influenciou as projeções do índice nacional.
O recorde mais baixo na gestão de Javier Milei era de 2,2% em janeiro. O presidente havia mencionado que a inflação em maio não deveria ultrapassar 2%, afirmando que em 2026 a inflação alta na Argentina será parte do passado.
“A inflação no mês foi a menor desde maio de 2020. Se o efeito particular sobre o IPC nos primeiros meses da pandemia for excluído, a inflação mensal foi a mais baixa desde novembro de 2017”, disse o Ministério da Economia.
O segmento que registrou o maior aumento no mês foi comunicações (4,1%), devido aos aumentos em serviços de telefonia e internet. Em seguida, restaurantes e hotéis (3,0%), devido aos aumentos em restaurantes e alimentação fora de casa.
Ao mesmo tempo, as vendas em supermercados e lojas de autoatendimento ficaram praticamente estagnadas em abril, com crescimento de 0,1% em relação ao ano anterior, de acordo com a consultoria Scentia. Foi a primeira vez em 15 meses em que elas não tiveram queda, mas ainda não houve um aumento robusto.
Ao contrário do que previam os críticos ao plano econômico de Milei, o governo apostava em uma redução da inflação após o fim parcial do cepo (a restrição para a compra de dólares) para pessoas físicas, em abril, e a criação de um sistema de flutuação em bandas para o dólar.
As previsões do Banco Central estimavam inicialmente uma inflação de 2,1% para maio, mas algumas consultorias argentinas, como a Adcap, ajustaram suas estimativas para 1,9%.
A Adcap afirmou que há riscos negativos em relação à inflação, como os preços de energia com a chegada do tempo mais frio, mas a estimativa estava próxima das expectativas gerais, de 1,8%.
A C&T Consultores e outras instituições também projetavam 1,8%, enquanto EcoGo e FMyA viam 1,9%.
Internacionalmente, o JP Morgan estimava um valor de 1,73% -a estimativa mais baixa entre os principais analistas- seguido pelo BNP Paribas e ITAU BBA, ambos com 1,90%.
Economia
INSS deve corresponder à confiança de aposentados, diz ministro

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou nesta quinta-feira (12) que muitos aposentados e pensionistas demoraram a identificar os descontos ilegais em seus benefícios previdenciários por confiarem no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Ao participar da cerimônia de lançamento do Plano de Integridade do Ministério da Previdência, Queiroz acrescentou ser necessário fazer jus a tal confiança:
“Uma constatação a que eu cheguei é que o aposentado foi descontado durante cinco, seis, sete anos e não percebeu. Como é que pode? A resposta é a confiança que o aposentado tem no INSS. Ele não se dá ao trabalho de checar quanto tem na conta, quanto foi depositado, porque ele tem certeza de que o dinheiro que ele vai ao caixa sacar é o que lhe é devido. E nós temos que corresponder a esta confiança.”
Wolney Queiroz está há pouco mais de um mês à frente do ministério ao qual a autarquia está subordinada.
Plano de Integridade
O plano é a concretização do Programa de Integridade que a pasta instituiu em setembro de 2024, sete meses antes da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem a chamada Operação Sem Desconto, para aprofundar as investigações sobre um esquema nacional de descontos de mensalidades associativas não autorizados em milhões de aposentadorias e pensões pagas pelo INSS.
O plano contém as diretrizes e mecanismos de controle que todos os servidores e prestadores de serviço da estrutura ministerial deverão cumprir para prevenir, detectar, remediar e punir de práticas de corrupção, fraudes, irregularidades e desvios éticos e de conduta.
O ministro disse esperar que, dentro de poucos meses, o Ministério da Previdência Social se torne um exemplo em termos de controle interno e integridade.
“Para isso, vamos ter que suar a camisa e superar as dificuldades”, advertiu o ministro aos gestores e servidores presentes à cerimônia.
“A gente precisa reaprender a lidar com algumas questões dentro do ministério. A primeira delas, que eu acho central, é a questão da ausculta do controle social. Para isso, temos que ressuscitar [fortalecer] a ouvidoria”, declarou o ministro, referindo-se à instância ministerial responsável por receber, examinar e encaminhar as reclamações, sugestões, denúncias e pedidos dos cidadãos.
Durante o evento, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho, destacou que o lançamento do Plano de Integridade do Ministério da Previdência se dá em meio a uma “crise” e “muitas dificuldades”.
“Este é um momento que, para o bem e para o mal, é histórico para a Previdência Social e do INSS, abrindo um espaço – não pela via que esperávamos – que temos que aproveitar para reconstruirmos algumas agendas dentro do INSS, principalmente esta da integridade. Este é um caminho sem volta. De aprimoramento da defesa dos aposentados e pensionistas.”
Consultas
Até às 17h desta quarta-feira (11), mais de 3,115 milhões beneficiários da Previdência Social consultaram o INSS acerca de valores descontados de seus benefícios em favor de 43 associações, sindicatos e outras entidades. Destes, pouco mais de 3,069 milhões afirmaram não ter autorizado as deduções.
A partir dos questionamentos às cobranças, o INSS acionou as organizações sociais, que têm 15 dias úteis a partir da notificação para responder às reclamações e denúncias de que promoveram cobranças ilegais.
Para isso, as entidades precisam encaminhar ao instituto a documentação que comprove que os aposentados e pensionistas se filiaram de livre e espontânea vontade e que autorizaram os descontos diretamente de seus benefícios.
Na última segunda-feira (9), o INSS começou a enviar aos beneficiários as primeiras respostas das entidades sobre os descontos. Se a legalidade do desconto não for comprovada – seja porque a entidade alega não possuir os documentos necessários ou porque ela não respondeu ao instituto – o INSS vai iniciar um processo para que os valores sejam integralmente restituídos.
Neste caso, a pessoa deve continuar acompanhando o andamento de seu pedido pelo aplicativo Meu INSS ou ligando, gratuitamente, para o telefone 135.
Caso a entidade responda que tem como comprovar que a cobrança da mensalidade associativa foi feita legalmente, com o aval do beneficiário do INSS, este precisa se manifestar em até 30 dias, pelo Meu INSS ou, a partir de 16 de junho, nas agências dos Correios.
Não é possível contestar a informação da entidade pelo telefone 135.
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou nesta quinta-feira (12) que muitos aposentados e pensionistas demoraram a identificar os descontos ilegais em seus benefícios previdenciários por confiarem no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Ao participar da cerimônia de lançamento do Plano de Integridade do Ministério da Previdência, Queiroz acrescentou ser necessário fazer jus a tal confiança:
“Uma constatação a que eu cheguei é que o aposentado foi descontado durante cinco, seis, sete anos e não percebeu. Como é que pode? A resposta é a confiança que o aposentado tem no INSS. Ele não se dá ao trabalho de checar quanto tem na conta, quanto foi depositado, porque ele tem certeza de que o dinheiro que ele vai ao caixa sacar é o que lhe é devido. E nós temos que corresponder a esta confiança.”
Wolney Queiroz está há pouco mais de um mês à frente do ministério ao qual a autarquia está subordinada.
O plano é a concretização do Programa de Integridade que a pasta instituiu em setembro de 2024, sete meses antes da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem a chamada Operação Sem Desconto, para aprofundar as investigações sobre um esquema nacional de descontos de mensalidades associativas não autorizados em milhões de aposentadorias e pensões pagas pelo INSS.
O plano contém as diretrizes e mecanismos de controle que todos os servidores e prestadores de serviço da estrutura ministerial deverão cumprir para prevenir, detectar, remediar e punir de práticas de corrupção, fraudes, irregularidades e desvios éticos e de conduta.
O ministro disse esperar que, dentro de poucos meses, o Ministério da Previdência Social se torne um exemplo em termos de controle interno e integridade.
“Para isso, vamos ter que suar a camisa e superar as dificuldades”, advertiu o ministro aos gestores e servidores presentes à cerimônia.
“A gente precisa reaprender a lidar com algumas questões dentro do ministério. A primeira delas, que eu acho central, é a questão da ausculta do controle social. Para isso, temos que ressuscitar [fortalecer] a ouvidoria”, declarou o ministro, referindo-se à instância ministerial responsável por receber, examinar e encaminhar as reclamações, sugestões, denúncias e pedidos dos cidadãos.
Durante o evento, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho, destacou que o lançamento do Plano de Integridade do Ministério da Previdência se dá em meio a uma “crise” e “muitas dificuldades”.
“Este é um momento que, para o bem e para o mal, é histórico para a Previdência Social e do INSS, abrindo um espaço – não pela via que esperávamos – que temos que aproveitar para reconstruirmos algumas agendas dentro do INSS, principalmente esta da integridade. Este é um caminho sem volta. De aprimoramento da defesa dos aposentados e pensionistas.”
Até às 17h desta quarta-feira (11), mais de 3,115 milhões beneficiários da Previdência Social consultaram o INSS acerca de valores descontados de seus benefícios em favor de 43 associações, sindicatos e outras entidades. Destes, pouco mais de 3,069 milhões afirmaram não ter autorizado as deduções.
A partir dos questionamentos às cobranças, o INSS acionou as organizações sociais, que têm 15 dias úteis a partir da notificação para responder às reclamações e denúncias de que promoveram cobranças ilegais.
Para isso, as entidades precisam encaminhar ao instituto a documentação que comprove que os aposentados e pensionistas se filiaram de livre e espontânea vontade e que autorizaram os descontos diretamente de seus benefícios.
Na última segunda-feira (9), o INSS começou a enviar aos beneficiários as primeiras respostas das entidades sobre os descontos. Se a legalidade do desconto não for comprovada – seja porque a entidade alega não possuir os documentos necessários ou porque ela não respondeu ao instituto – o INSS vai iniciar um processo para que os valores sejam integralmente restituídos.
Neste caso, a pessoa deve continuar acompanhando o andamento de seu pedido pelo aplicativo Meu INSS ou ligando, gratuitamente, para o telefone 135.
Caso a entidade responda que tem como comprovar que a cobrança da mensalidade associativa foi feita legalmente, com o aval do beneficiário do INSS, este precisa se manifestar em até 30 dias, pelo Meu INSS ou, a partir de 16 de junho, nas agências dos Correios.
Não é possível contestar a informação da entidade pelo telefone 135.
Economia
Não fui eleito para fazer benefício para rico, diz Lula ao criticar isenções fiscais


ARTUR BÚRIGO
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) criticou nesta quinta-feira o volume de benefícios fiscais concedidos pelo governo e ironizou ao dizer que, para empresários ou banqueiros, esse tipo de despesa é investimento, enquanto aquelas com benefícios sociais são gastos.
O petista voltou a dizer que tem a preferência de governar para o povo que mais precisa, e afirmou que não foi eleito “para fazer benefício para rico”.
“Vejo os empresários brigando, os banqueiros, dizendo que o governo está gastando demais, dá Bolsa Familia demais, gasta muito com pobre. Vocês sabem quantos gastamos com ricos? Quantos bilhões damos de isenção para os ricos do país que não pagam imposto? R$ 860 bilhões, quatro vezes o Bolsa Família”, disse Lula.
O presidente se referia ao volume de renúncias fiscais estimado pelo governo. Como a Folha mostrou, Orçamento de 2025 lista 58 desses gastos tributários, que representam uma renúncia de R$ 524 bilhões -embora o próprio governo já fale em impacto atualizado de R$ 800 bilhões.
O Ministério da Fazenda deve apresentar um projeto de lei que prevê um corte de isenções fiscais. O texto ainda não foi apresentado. Segundo Haddad, o objetivo é reduzir o gasto tributário “em torno de 5% dos R$ 800 bilhões” que o governo estima deixar de arrecadar atualmente.
“O que damos para eles é investimento, o que damos para vocês é gasto. Me parece que há uma sina desgraçada nesse país que pobre tem que nascer pobre e morrer pobre”, disse o presidente em cerimônia de anúncios relativos ao acordo da tragédia de Mariana.
As declarações de Lula foram dadas um dia após a publicação da MP (medida provisória) que que eleva impostos para bets e fintechs e tributa investimentos de renda fixa que eram isentos de Imposto de Renda, entre outras medidas.
O governo prevê arrecadar mais R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 20,9 bilhões em 2026 com a elevação dos tributos.
Fonte: Notícias ao Minuto
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