Economia
INSS é líder em número absoluto de expulsões de servidores públicos


FELIPE GUTIERREZ
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O INSS (Instituto Nacional de Segurança Social), alvo de investigação da PF por irregularidades em descontos de benefícios, é o órgão do governo federal com o maior número de servidores punidos nos últimos oito anos, de acordo com informações da CGU (Controladoria Geral da União). São 168 pessoas do instituto, de um total de 2.437 de toda a administração federal -ou seja, 7% dos servidores que receberam sanções.
Oito anos é o período em que é possível fazer um levantamento das punições, uma vez que os nomes de servidores sancionados, após publicação no Diário Oficial, ficam por oito anos no Caef (Cadastro de Expulsões da Administração Federal), da CGU. Passado esse prazo, os nomes são retirados da lista.
As punições relacionadas no Caef são cassação de aposentadoria, destituição de cargo em comissão ou demissão -muitas vezes, há acúmulo de penas. No caso do INSS, todos foram demitidos.
Entre os motivos possíveis para uma demissão no serviço público estão corrupção e abandono de cargo, causas de 65% e 25%, respectivamente, do total de “punições expulsivas”, segundo relatório feito em 2019 pela CGU.
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ÓRGÃOS COM MAIORES NÚMEROS ABSOLUTOS DE DEMITIDOS
Órgão – nº de demitidos – nº total de servidores – %
INSS – 168 – 25 mil – 0,67
Min. da Saúde – 103 – 63 mil – 0,16
Min. da Justiça – 67 – 2,7 mil – 2,5
Min. da Economia – 39 – 22 mil – 0,17
Ibama – 28 – 5,2 mil – 0,53
Fonte: Caef
Em números absolutos, o INSS é seguido no cadastro da CGU pelos ministérios da Saúde (103), da Justiça (67), da Fazenda (39) e do Ibama (28).
No entanto, essas instituições têm folhas de pagamento de dimensões muito diferentes. Em porcentagem de servidores expulsos, o Ministério da Justiça fica em primeiro (2,5%), seguido do INSS (0,67%), do Ibama (0,53%) e, por fim, dos ministérios da Fazenda e da Saúde, que demitiram cerca de 0,17% de seus profissionais.
Um dos fatores que explicam o fato de o INSS liderar o número de punidos é justamente a quantidade de profissionais na ativa no órgão, 25 mil, segundo informações do Portal Transparência. Tirando as Forças Armadas, só o Ministério da Saúde e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares têm mais funcionários.
Escândalos de corrupção no INSS são cíclicos, afirma o professor da FGV especializado em Previdência Jorge Boucinhas. “Eles trabalham com um volume muito grande de concessões e manuseiam valores muito expressivos”, diz ele.
O instituto tem uma fiscalização robusta, segundo Boucinhas: “Não falta apuração interna nem externa de denúncias, mas é uma estrutura gigante em todos os aspectos e um volume muito grande tanto de fontes de receita, como loterias, empresas e pessoas, e de pagamentos”.
Para ele, uma hipótese que pode explicar por que o INSS é a unidade da Administração Federal com mais expulsos é que “essa multiplicidade de fontes facilita a vida de quem está mal-intencionado”.
As fraudes vão desde pagamentos para pessoas que já morreram até questões contábeis bem mais graves, diz o professor.
Na quarta-feira (23), a CGU e a PF (Polícia Federal) fizeram uma operação para acabar com um esquema de descontos que sindicatos e outras entidades faziam nos depósitos de aposentados e pensionistas, com mandatos de busca e apreensão, sequestro de bens e pedidos de prisão temporária em 13 estados e no Distrito Federal.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e outros cinco servidores, alvos da operação, foram afastados.
Os descontos que levaram à operação policial acontecem quando aposentados e pensionistas se filiam a entidades para ter acesso a plano de saúde, academia e outros serviços. A investigação aponta, porém, que muitos beneficiários que tiveram dinheiro descontado não haviam se associado aos órgãos nem autorizado os pagamentos.
Há mais de 30 associações aptas a fazer esse tipo de desconto de valores nas aposentadorias, e a PF investiga 13 delas.
O processo administrativo que eventualmente culmina em uma demissão é instalado por cada órgão, afirma o professor da Faculdade de Direito da USP Vitor Schirato. “Há garantia de ampla defesa e contraditório, e a pena de demissão é aplicável para casos de grande gravidade, como corrupção, abandono de função, fraude etc.”, diz ele.
A decisão de demitir é tomada por uma comissão formada por representantes do órgão, e pode ser revista pelo Poder Judiciário, segundo o professor.
“O número (de expulsos) é baixo porque as infrações muito graves são raras”, afirma ele.
Economia
Fazenda defende imposto mínimo para alta renda


Estudo conduzido pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda aponta que só uma combinação entre desoneração de impostos para as camadas mais pobres da população e tributação mínima dos mais ricos seria capaz de promover progressividade e diminuir a desigualdade de renda no Brasil.
O documento aponta, ainda, para o risco de implementar isoladamente uma medida de ampliação das isenções para o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), que geraria impacto fiscal negativo e teria o potencial de ampliar a desigualdade.
O documento, apresentado nesta sexta-feira, 13, considera os parâmetros do governo para a reforma da renda. O projeto, encaminhado ao Congresso em março, prevê a ampliação da faixa de isenção do IRPF para quem ganha até R$ 5 mil por mês e uma alíquota reduzida para vencimentos de até R$ 7 mil mensais. Essa renúncia é compensada com a tributação da alta renda, fixando um imposto mínimo que chega a 10%, mirando um público que ganha acima de R$ 1,2 milhão por ano.
“Os resultados sugerem que, relativamente ao cenário atual do IRPF, quando se considera toda a população adulta, enquanto a medida de isenção e descontos apresentaria leve efeito de ampliar a desigualdade, uma vez que a base da distribuição de renda já é desonerada, a reforma conjunta, com desoneração e imposto mínimo, por sua vez, reverteria esse pequeno aumento e produziria queda na desigualdade frente ao cenário atual. Portanto, apenas no cenário em que se corrige parcialmente a regressividade da tributação via IRPF no topo da distribuição é que se obtém impactos virtuosos sobre a desigualdade de renda no Brasil”, diz o estudo.
Propostas
Relator do projeto que aumenta a faixa de isenção do IR, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) afirmou no fim do mês passado que existem “propostas reprodutivas” sugeridas por partidos para compensar a ampliação da isenção do Imposto de Renda. Ele citou, por exemplo, a medida levantada pelo seu partido para reduzir de forma linear as isenções tributárias concedidas pela União. À época, Lira disse que é preciso ainda resolver questões referentes às perdas aos cofres públicos dos Estados e municípios com a aprovação do projeto.
De acordo com cálculos da equipe econômica, a estimativa de renúncia fiscal prevista para 2026 com o projeto do IR é de R$ 25,84 bilhões. Os números consideram a isenção integral para quem recebe até R$ 5 mil, além do desconto parcial para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.
Para compensar a perda de arrecadação com a ampliação da isenção, o governo propôs a tributação mínima das altas rendas, que vai possibilitar uma ampliação de receita de R$ 25,22 bilhões para 2026.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Notícias ao Minuto
Economia
Executivo e Congresso podem discordar, mas conflito não pode virar crise, diz Haddad


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio ao impasse sobre a MP do aumento de impostos no Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que é natural que o Executivo e parlamentares tenham visões diferentes, mas que esse conflito não pode se transformar em uma crise institucional.
Haddad participou, na noite desta sexta-feira (13), de um encontro organizado pelo Grupo Prerrogativas, que tem promovido reuniões informais entre ministros e secretários do governo com empresários e membros da sociedade civil.
Para o ministro, o atual impasse sobre as medidas de ajuste fiscal não pode virar uma espécie de jogo de empurra em que governo e Congresso tentam fazer com que o outro resolva o problema. “Daí não tem solução”, afirmou.
Haddad também disse que a reunião que ele teve com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos – PB) no domingo (8) foi “espetacular”, mas em seguida disse que ao longo da semana isso “se reverteu”.
Ao ser questionado por um dos convidados se o governo vai aumentar os gastos no último ano de mandato, Haddad disse que não tem ambiente político para isso e que o arcabouço fiscal não permitiria uma mudança muito abrupta nos gastos do governo.
Ele também afirmou que durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) houve expansão fiscal no último ano e, mesmo assim, ele perdeu a reeleição. “Não vai ser o tamanho do déficit que vai definir eleição.”
Fonte: Notícias ao Minuto
Economia
Rendimento médio dos brasileiros chega a R$ 3.270


O rendimento médio dos brasileiros chegou a R$ 3.270 no quarto trimestre de 2024, o maior já registrado no país. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (13), são do boletim Emprego em Pauta, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
De acordo com o levantamento, entre 2014 e 2022, o rendimento médio no país manteve-se praticamente estável, com exceção dos anos 2020 e 2021, impactados pela crise pandêmica. No entanto, de 2022 até 2024, houve aumento de 7,5% no rendimento médio das pessoas ocupadas, que chegou a R$ 3.270 mensais no quarto trimestre de 2024.
O boletim destaca porém que, embora o crescimento médio do rendimento tenha ficado em torno de 7,5%, entre 2022 e 2024, para todas as faixas de renda, os que ganhavam menos foram menos beneficiados. Para os ocupados com os menores rendimentos, o aumento foi equivalente a R$ 76 mensais. Já para os 10% com maiores rendimentos, o ganho foi 12 vezes maior: de R$ 901 mensais.
O levantamento mostra ainda que quase um terço dos ocupados, no último trimestre de 2024, continuava a receber, no máximo, um salário mínimo, enquanto os preços de itens básicos de consumo cresciam em ritmo mais acelerado do que a média da inflação, afetando diretamente os mais pobres.
“Por isso, políticas que incentivem a criação de empregos formais, a valorização do salário mínimo e o uso de instrumentos de negociação coletiva são fundamentais para a melhoria da vida dos brasileiros”, destaca o texto.
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