Arquitetura
Para a COP30, Belém ganhará praça flutuante adaptada às mudanças climáticas


Projetada pelo escritório Höweler+Yoon Architecture em parceria com o CRA – Carlo Ratti Associati, a AquaPraça fará sua primeira aparição na Bienal de Arquitetura de Veneza 2025 e, depois, será uma instalação cultural permanente na região amazônica Ao invés de lutar contra a natureza, esta praça flutuante – projetada pelo escritório Höweler+Yoon Architecture em parceria com o Carlo Ratti Associati – foi pensada para se adaptar e mover de acordo com a variação do nível da água. Chamado AquaPraça, o projeto irá figurar entre as instalações presentes na Bienal de Arquitetura de Veneza 2025 em 4 de setembro e, depois, será transportada para a COP30, que acontece em Belém do Pará entre 10 e 21 de novembro deste ano.
No contexto das mudanças climáticas, o projeto busca a coexistência com a natureza. “Muitas obras são respostas estáticas às dinâmicas climáticas – como chuva, neve e vento. A AquaPraça é diferente, pois não resiste a essas flutuações, mas se adapta a elas. À medida que as marés sobem e descem, a flutuabilidade da balsa também se ajusta. Enquanto muitos edifícios e praças à beira-mar sofrem com inundações, a AquaPraça mantém uma altura constante em relação ao nível da água”, explica o arquiteto Eric Höweler, à frente do escritório Höweler + Yoon Architecture.
Com 400 m² e com capacidade para 150 pessoas, a AquaPraça foi pensada para sediar conferências, oficinas, exposições e outros eventos públicos
Divulgação/Höweler+Yoon Architecture
Para atingir seu objetivo, a AquaPraça incorporou uma tecnologia, baseada nos princípios da flutuabilidade e do equilíbrio, que permite o armazenamento e liberação da água. Isso funciona por meio de câmaras construídas para serem inundadas – como tanques de lastro de um submarino –, fazendo com que a estrutura “mergulhe” ou “emerja”. “Sensores em várias câmaras monitoram os níveis e controlam bombas para manter esse equilíbrio com precisão”, completa Eric.
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A construção desta estrutura espacial e ambiental única demandou um trabalho em conjunto com construtores navais, especialistas em códigos, fabricantes, fornecedores de produtos, especialistas em iluminação e autoridades governamentais. “Os desafios incluíram a engenharia de uma estrutura que pudesse acomodar de forma segura e elegante as flutuações no nível da água e a ocupação humana, mantendo-se estável e responsiva”, conta o arquiteto italiano Carlo Ratti, à frente do escritório Carlo Ratti Associati e curador da Bienal de Arquitetura de Veneza 2025.
Imersão e conscientização
Sua adaptação ás flutuações do nível da água permite que os visitantes interajam com o ambiente a partir de diferentes perspecitivas
Divulgação/Höweler+Yoon Architecture
Com 400 m² e capacidade para 150 pessoas, a AquaPraça foi pensada para sediar conferências, oficinas, exposições e outros eventos públicos. O propósito vai além da função do espaço em si, traduzindo-se em sua estrutura, que permite a interação com o ambiente (e a água) a partir de diferentes perspectivas, em que os visitantes podem acompanhar as flutuações do nível do mar.
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“Os visitantes irão vivenciar a água, que pode parecer familiar, de formas não familiares. As superfícies inclinadas da balsa permitem que o visitante ‘entre’ na profundidade da baía, e a praça inclinada provoca desorientação de outras formas. A água é apresentada como ecossistema, recurso compartilhado, fator volátil de eventos climáticos extremos e como um tecido conectivo que une a maioria das populações urbanas. A AquaPraça une o design de uma experiência imersiva presencial à narrativa ambiental e às histórias do clima”, comenta Eric.
Dessa forma, a plataforma contribui para a compreensão e experiência coletiva da elevação do nível do mar e dos impactos das mudanças climáticas nas cidades e comunidades globais. “A AquaPraça busca mostrar como a arquitetura pode olhar para o futuro – respondendo aos desafios das mudanças climáticas e abraçando a natureza, em vez de resistir a ela”, conta Carlo Ratti.
Legado para o Brasil
A praça permanecerá como uma instalação cultural permanente em Belém após a COP30
Divulgação/Höweler+Yoon Architecture
Após debutar na Lagoa de Veneza, durante a 19ª Bienal de Arquitetura, a AquaPraça cruzará o Atlântico e se instalará na Baía do Guajará, em Belém, para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). “A jornada de Veneza a Belém é parte do conceito do projeto e simboliza o grande corpo d’água compartilhado que conecta essas duas cidades costeiras. Ambas estão na linha de frente das mudanças climáticas”, ressalta Eric.
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Além de sua presença no evento, a AquaPraça se tornará uma instalação cultural permanente em Belém, que pode ser utilizada tanto para receber futuros eventos quanto como um espaço de lazer para as comunidades locais. A ideia, segundo Eric Höweler, é que ela continue “ativando o debate público sobre questões ambientais ao mesmo tempo em que amplia e valoriza o espaço público da cidade”.
Para se tornar parte da paisagem amazônica, a praça flutuante passará por adaptações, que vão desde a escolha dos materiais e detalhes construtivos até a adição de uma cobertura protetora, que fornecerá sombra, protegerá da chuva e canalizará água. A instalação também incluirá facilidades de acesso por terra, através de um cais e uma passarela. “A natureza flutuante da AquaPraça responde diretamente aos desafios dos altos níveis de água – algo particularmente crucial na Amazônia, onde a infraestrutura urbana é vulnerável a enchentes e à elevação do nível da água”, reflete Carlo Ratti sobre como o projeto se integra à paisagem e aos desafios ecológicos da região amazônica.
Além de suscitar o debate em relação aos impactos da mudança climática, a AquaPraça poderá ser utilizada pelas comunidades locais da cidade
Divulgação/Höweler+Yoon Architecture
A AquaPraça surgiu graças a uma coalizão internacional única: lançado em parceria com o Ministérios das Relações Exteriores e do Meio Ambiente da Itália, conta também com o apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, da Bloomberg Philanthropies, do programa Connect4Climate do Banco Mundial, do CIHEAM Bari e de outras instituições parceiras.
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Fonte: Casa Vogue
Arquitetura
Casa Viva / SAINZ arquitetura


- Área:
600 m²
Ano:
2022
Fabricantes: Cosentino, Bontempo, CMC, Carlos Motta, Castellato, Deca, Elettromec, GFS serralheria, Gardênia, Light Design, MARELLI, Mourão, Pasinato, Premoldados Brasil

Descrição enviada pela equipe de projeto. No coração de nossa narrativa arquitetônica está a Casa Viva, uma residência que transcende a mera construção para incorporar um diálogo profundo entre espaço e espírito. Concebida inicialmente como um refúgio de fim de semana, esta casa excepcional evoluiu para se tornar o santuário principal de um casal cujas vidas estão imersas em gratidão e apreciação pelo seu entorno. Cada canto da Casa Viva ressoa com sua essência, enriquecida pela filosofia arquitetônica da Sainz Arquitetura, que busca harmonizar austeridade, luz, materialidade e silêncio.


Desde o início, o escritório assumiu o papel de curador empático — atento às camadas emocionais da identidade dos moradores e à sua relação diária com o México. Esse diálogo com a cultura, a memória e o lugar tornou-se fundamento para uma casa simultaneamente íntima e precisa.


O design se desdobra em dois blocos distintos, mas harmoniosos, cada um com um propósito específico. Um bloco é dedicado aos espaços íntimos e pessoais da casa, um reino de serenidade, enquanto o outro abriga as áreas de apoio e estudo, fomentando criatividade e reflexão. Ligando esses dois reinos, um pavilhão social emerge, um vibrante centro de reuniões memoráveis, adornado com uma convidativa adega, amplas áreas de estar e uma cozinha gourmet que inspira a arte culinária.

Central à essência da arquitetura brasiliense, o uso de blocos de concreto perfurados não apenas contribui com uma estética distinta, mas também aumenta a privacidade, permitindo uma conexão íntima com o ambiente ao redor. Os pilotis, integrais à identidade da estrutura, criam uma fusão harmoniosa de funcionalidade e beleza, enriquecendo a paisagem a cada esquina. Ao se aproximar, os visitantes são recebidos por um espelho d’água tranquilizador, estabelecendo o tom para uma jornada única pela casa. Escondida nas reentrâncias da propriedade, uma piscina emerge, convidando a momentos de reflexão e descanso pacífico.



Na Casa Viva, luz e forma convergem para criar uma atmosfera de elegância silenciosa, onde a arquitetura se torna um recipiente para a vida que se desenrola em seu interior. Aqui, cada detalhe fala à beleza de viver — um convite para experimentar o sublime no cotidiano.

Arquitetura
Os melhores tecidos para a decoração de inverno | Smart

Paula Coussirat explica que o veludo está sempre em alta na decoração durante o inverno, porém, neste ano, outro tecido vem se destacando: o bouclé, conhecido por sua textura distinta que lembra pequenos laços ou nós. Além das aplicações tradicionais como cortinas e estofados, a especialista ainda revela que os tecidos podem revestir outras superfícies. “Teto, parede, fundo de mobiliário, luminárias, cúpulas de abajur… Onde tem tecido, tem aconchego. E para o inverno é isso que buscamos”, aconselha.
Arquitetura
Abadia Kortrijk / BAROZZI VEIGA


- Área:
4037 m²
Ano:
2025

Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto para a Abadia Kortrijk amplia e transforma o complexo historicamente significativo da Abadia de Groeninge em um espaço de arte voltado a exposições temporárias site-specific e eventos públicos. A Abadia Kortrijk propõe um novo tipo de museu: um lugar aberto, acessível e versátil, um espaço de convivência urbana situado no belíssimo cenário do Parque Begijnhof, no centro de Kortrijk.

O conceito do projeto parte de uma interpretação ampla da ideia de identidade. Elementos como permanência, restauração e transformação foram equilibrados com cuidado, permitindo redescobrir uma nova identidade para o conjunto, enraizada naquilo que já existia.

A proposta revela a espacialidade original da antiga capela e dos dormitórios da abadia, restaura o pátio central e insere um espaço expositivo subterrâneo, com tecnologia de ponta. Cada um desses “ambientes” possui uma atmosfera distinta, criando condições específicas para a arte e a convivência coletiva.

Enquanto as áreas de exposição ficam abaixo do solo, o novo pavilhão no parque se destaca pela forma que dialoga com as estruturas históricas — sua silhueta evoca a verticalidade dos telhados inclinados da abadia, e sua implantação ortogonal segue a lógica do conjunto original. Essa nova construção é imediatamente reconhecível, mas se relaciona respeitosamente com a arquitetura existente. Suas fachadas, revestidas com tijolos escuros, conferem caráter autônomo ao volume dentro do complexo histórico.

A nova arquitetura se apresenta com sobriedade e rigor. As intervenções são sutis e bem calculadas, criando um equilíbrio entre o novo e o antigo. Elas valorizam a história do local ao mesmo tempo que oferecem novos espaços voltados para o futuro.

Descrição da intervenção — Do ponto de vista urbano, o projeto removeu elementos que não faziam parte do traçado original da abadia e introduziu um novo pavilhão, posicionado ortogonalmente ao conjunto existente, com vista para o Parque Begijnhof. Essa intervenção redefine o claustro original e estabelece uma nova passagem entre a rua Groeningestraat e o jardim público.

O pavilhão, conectado ao conjunto pelo antigo edifício dos dormitórios, abriga um bar e restaurante. Suas fachadas inclinadas criam uma atmosfera acolhedora e protegida, além de maximizar o espaço interno. No salão principal, uma longa mesa pode ser disposta, fazendo referência ao refeitório comunitário típico das abadias.

O edifício dos antigos dormitórios recebeu intervenções mínimas. Foram restauradas as janelas originais, o forro e o piso em terracota vermelha. Um grande mostruário foi inserido ao longo do espaço para expor obras da cidade de Kortrijk, convidando artistas a interagir com essa coleção.



A abadia funciona como uma casa de arte, onde os visitantes podem explorar as obras em diferentes ambientes. Do dormitório ao pavilhão, é possível vivenciar a arte sem a necessidade de ingresso. Acima dos dormitórios, encontra-se a sala de convivência, adjacente à antiga capela.

A antiga capela é um dos elementos mais antigos do conjunto. Ao remover as circulações anexadas e os mezaninos que haviam sido incluídos ao longo do tempo, o projeto devolve ao espaço sua imponência original. Sem os pavimentos intermediários, o edifício do século XVI recupera sua atmosfera primitiva e se transforma em um novo espaço vertical para exposições.



Para evitar sobrecarregar o parque e garantir que os edifícios existentes tenham espaço para respirar, o projeto incluiu uma expansão subterrânea para as áreas expositivas. Esses ambientes neutros, com qualidade de museu contemporâneo, oferecem um suporte flexível para exposições. Enquanto a capela, os dormitórios e o pavilhão agregam riqueza histórica ao projeto, as “caixas brancas” subterrâneas fornecem um contraponto neutro que dialoga com o contexto patrimonial. A sequência de espaços, diversa mas coesa, é funcional e organizada com lógica interna.

As fachadas originais foram restauradas com respeito ao traçado original. Já no novo edifício, a fachada do pavilhão foi executada com tijolos sob medida, produzidos a partir de materiais reciclados da construção civil. O resultado é uma estrutura monumental e expressiva, que reforça a presença do pavilhão no tecido urbano.

Fonte: Archdaily
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