Arquitetura
Casa Magarola / Raúl Sanchez Architects


- Área:
175 m²
Ano:
2024
Fabricantes: BD Barcelona Design, Cassina, Santa and Cole, Screenprint, Tecno, VitrA

Descrição enviada pela equipe de projeto. Situada em uma inclinação acentuada, a casa se eleva respeitando o terreno e preservando o perfil natural, evitando grandes escavações na rocha de ardósia. Projetada para se adaptar à paisagem, mal toca o solo, apoiada por algumas peças de concreto que servem como elementos estruturais, deixando o terreno praticamente intacto. Isso cria uma camada construída que se integra ao ambiente sem perder sua própria identidade.

O acesso é pelo nível superior, onde a casa se apresenta como um volume regular e hermético. À medida que o terreno desce, torna-se evidente que a casa repousa levemente sobre a rocha na parte posterior, estendendo suas “pernas” (peças de concreto) para encontrar apoio nas paredes da fachada e no núcleo central ao longo da encosta. Uma escada em balanço, conectando o acesso para pedestres e a área de estacionamento, desce e leva ao nível principal, onde um grande terraço recebe os visitantes. Este terraço se estende de forma contínua a partir de uma espaçosa cozinha e sala de jantar, que se abrem para a varanda externa através de quatro grandes janelas de correr. Uma vez dentro, a conexão entre o interior e o exterior é fluida e constante: as árvores ao redor, com ramos tocando as fachadas, e as vistas distantes do vale e das montanhas, são reveladas em todos os cantos, criando um diálogo contínuo entre a casa e o entorno.



No andar inferior, um bloco central abriga a escada, o banheiro e a despensa, liberando todo o perímetro para um fluxo contínuo de cozinha, sala de estar e “mirante” ou espaço de contemplação. Este último é voltado para o vale e apresenta um banco embutido que corre ao longo de toda a fachada envidraçada. Esses espaços interconectados são projetados tanto para habitação quanto para contemplação da paisagem. Como resultado, a casa não possui uma entrada convencional; em vez disso, a experiência de chegada é definida pela grande laje em balanço—uma extensão da cozinha—que apresenta uma grande mesa de jantar de concreto feito in loco e pedras ceppo di grè, recebendo os convidados através de comida e bebida. A escada interna cria um vazio com pé-direito duplo, enfatizando a conectividade visual e funcional entre os andares dentro desse espaço contínuo. Em seguida, passa por uma abertura circular antes de emergir na cobertura através de uma torre quadrada rotacionada em 45°, permitindo um fluxo espacial ininterrupto e mantendo vistas panorâmicas da cobertura.



No andar superior, um espaço central conecta duas pequenas varandas que emolduram a paisagem, enquanto proporciona acesso a três quartos e um banheiro. A suíte principal inclui um closet e um banheiro privativo, com portas deslizantes que permitem uma configuração flexível do espaço. Até mesmo o chuveiro está posicionado para desfrutar de uma nova janela, equilibrando vistas e privacidade.

O desenho da casa segue a proporção áurea tanto em planta quanto na elevação, alcançando um equilíbrio visual entre simplicidade e sofisticação. O volume parece simples, com três de suas fachadas—voltadas para a entrada e propriedades vizinhas—apresentando aberturas cuidadosamente posicionadas e contidas, algumas das quais são cobertas com telas para controlar a luz solar. Até mesmo as varandas do primeiro andar são voltadas para o interior para maior intimidade. Em contraste, a fachada voltada para o vale é totalmente aberta, permitindo vistas ininterruptas. Essa abertura é ainda mais enfatizada por uma sutil mudança de cor: um tom amarelo claro diferencia esta fachada dos tons terrosos do restante da casa, misturando-se ao solo local enquanto mantém uma familiaridade distinta, quase paradoxal.



Estruturalmente, a casa é apoiada por telas de concreto ao longo das fachadas e do núcleo central, conectadas por lajes de concreto armado excepcionalmente finas, de 20 cm. Nenhum elemento estrutural é visível no interior, pois o interior foi projetado como um espaço aberto sem costuras. Da mesma forma, do lado de fora, os únicos suportes visíveis são as elegantes “pernas” de concreto.



A casa conta com um sistema de aquecimento por piso radiante em todos os cômodos, com um eficiente sistema aerotérmico fornecendo aquecimento e resfriamento, alimentado por painéis fotovoltaicos no telhado. Estratégias sustentáveis adicionais incluem um sistema de isolamento térmico externo sem pontes térmicas (até mesmo a parte inferior da laje do térreo é isolada), ventilação cruzada natural em todos os cômodos, orientação e posicionamento cuidadoso das aberturas (a fachada envidraçada voltada para o vale recebe luz solar direta mínima), um sistema de coleta e reutilização de água da chuva, e uma seleção de materiais simples, de origem local. Esses elementos contribuem para uma casa ambientalmente consciente com alto desempenho energético. Além disso, o terreno permanece preservado, com apenas duas árvores removidas entre as mais de quarenta existentes no local.



A primeira etapa da casa—uma enorme peça feita de rocha local—presta homenagem à abordagem de Carlo Scarpa em escadas, sempre concebidas como um convite para ascender. Este elemento reflete a filosofia do projeto, combinando sensibilidade ao ambiente, inventividade formal e espacial, integração paisagística e sustentabilidade, resultando em um lar que respeita e realça a beleza natural de seus arredores.

Arquitetura
Casa Soul / Idem | ArchDaily Brasil


- Área:
72 m²
Fabricantes: FV

Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Soul é um refúgio situado no coração do Vale de Mindo, Equador, fundamentada nas condições atmosféricas e materiais do entorno, assim como no mundo simbólico que seus habitantes construíram para narrar suas vidas. A geometria é utilizada para organizar cada elemento, tanto no interior quanto no exterior, propondo um microcosmos articulado como um interior opaco, velado em relação ao exterior. Simétrica em ambos os eixos, a casa propõe uma dualidade entre corpo e atmosfera, matéria e ânimo.

Ela incorpora simultaneamente uma lógica simbólica e material. Em seu núcleo, um vazio transversal abre a casa para a paisagem, ancorado por um volume luminoso localizado no centro geométrico. Esta claraboia transparente captura o céu em mudança e se torna uma testemunha silenciosa de seu movimento, no momento em que a casa se retrai e se isola do mundo.

A casa se organiza em torno da ideia de permitir dois ambientes completamente independentes. Um sistema de painéis deslizantes centrais permite dividir o interior em dois volumes desconectados, oferecendo a seus habitantes a possibilidade de se resguardar em uma ou outra seção desta grande habitação. Essa flexibilidade espacial responde à necessidade de intimidade dentro de uma domesticidade compartilhada. Ao mesmo tempo, a casa busca minimizar seu impacto sobre o lugar. Para isso, foi projetado um sistema de coleta de águas pluviais destinado à irrigação dos jardins adjacentes, complementado por um tratamento de águas cinzas e negras que, através de espécies vegetais e bactérias, devolve a água à terra com o menor grau de intervenção possível.


O sistema construtivo surge de duas linhagens: as estruturas de madeira rudimentares encontradas no local e as casas pré-fabricadas de Jean Prouvé. Estas referências guiaram a adoção de um sistema repetitivo de pilares e vigas, resistente a forças laterais e simples de montar.

No centro se ergue uma coluna solitária, cuja fragilidade é acentuada pela claraboia que a coroa, um gesto que remete à concepção de Kazuo Shinohara, para quem os elementos estruturais são dispositivos de estabilidade e, ao mesmo tempo, de singularidade poética. A luz e a gravidade se comportam como uma só no coração desta habitação. A claraboia libera a coluna central de seus deveres estruturais, permitindo-lhe existir como símbolo mais do que como suporte. Assim, sinaliza o centro preciso de uma paisagem que não se encontra mais, mas que se cria: um horizonte interior emoldurado pela própria casa.

O emaranhado estrutural foi realizado por artesãos locais, que desenvolveram o projeto por meio de maquetes de cada uma das junções presentes na casa. O confronto entre o design proposto e as contingências da construção — limitações orçamentárias, condições imprevistas — deu origem a uma complexidade de detalhes que enriqueceu amplamente a proposta original.


Fonte: Archdaily
Arquitetura
Renovação do MD Anderson Hall – Rice University School of Architecture / Kwong Von Glinow


- Área:
3775 m²
Ano:
2024
Fabricantes: Ardex, DIRTT Modular Wall System, Kawneer

Descrição enviada pela equipe de projeto. Projetar a partir da descoberta: três novos espaços no MD Anderson Hall — A Rice University School of Architecture encomendou ao escritório Kwong Von Glinow o projeto de três novos espaços dentro do MD Anderson Hall: um Centro de Boas-Vindas, um Fórum para Estudantes e Comunidade, e um Lounge para Docentes e Funcionários. Esses novos ambientes estão localizados ao longo do eixo central da escola. O processo de projeto começou com uma investigação aprofundada da história do edifício original, projetado em 1947 por Staub and Rather, e da ampliação de 1981, realizada por James Stirling e Michael Wilford. Um dos textos de referência mencionava uma observação de Philip Johnson sobre a ampliação de Stirling: “Vim ver o prédio do Jim, mas não consegui encontrá-lo.” (Cite Fall 1992 – Winter 1993). Essa ideia de “descoberta” ou “encontro” do espaço tornou-se central para nossa abordagem de projeto.




O conceito de “descobrir” — no sentido de se deparar ou encontrar algo — revelou-se essencial para este projeto de renovação, especialmente considerando o legado arquitetônico de Stirling e Wilford. Os três espaços que projetamos ficam adjacentes à Farish Gallery, o principal espaço público da escola. Essa galeria possui uma parede diagonal marcante que conforma o ambiente em um trapézio, onde uma coluna e uma viga do edifício original de 1947 aparecem salientes da parede angulada da ampliação de 1981. Nossa análise das plantas originais revelou que essa sala trapezoidal e a exposição da estrutura foram escolhas deliberadas de James Stirling, marcando o ponto de transição entre o edifício original e a ampliação posterior. Nossa abordagem para a renovação e reprogramação dos três espaços foi a de revelar e valorizar esse contexto histórico e arquitetônico, reconhecendo e intensificando as especificidades da intervenção.

O Centro de Boas-Vindas, localizado no canto sudeste do MD Anderson Hall, é definido por quatro elementos principais: uma fachada envidraçada voltada para o pátio, uma coluna estrutural revestida de espelhos, divisórias curvas de vidro formando quatro escritórios, e uma recepção monolítica. A antiga parede opaca de tijolos na fachada sul foi substituída por dois grandes painéis de vidro, criando uma experiência visual mais acolhedora e conectada para quem chega pelo pátio. No interior, duas paredes curvas de vidro formam a fachada interna dos quatro escritórios, convidando os visitantes a entrarem e facilitando o contato com a equipe. A coluna espelhada faz referência à fachada oeste emblemática da ampliação de Stirling e Wilford, ao mesmo tempo em que reflete o entorno e amplia a percepção espacial. O novo Fórum para Estudantes e Comunidade, diretamente acima do Centro de Boas-Vindas, estabelece uma conexão entre o MD Anderson Hall e o novo Cannady Hall. Uma rampa acessível e escadas acomodam a diferença de nível entre os dois edifícios. Dois níveis de assentos circulares embutidos criam um espaço central para encontros informais entre os alunos, enquanto elementos como pilares salientes e padrões em madeira fazem referência à parede diagonal de Stirling e Wilford, oferecendo cantos mais íntimos dentro da área multifuncional maior.



O Lounge para Docentes e Funcionários redefine a antiga área de recepção da Reitoria. Um balcão monolítico feito em Corian remete ao projeto original de Stirling e Wilford, espelhando sua forma e posição no ambiente. Um volume em forma de “cunha”, com três lados, separa as áreas públicas e privadas do lounge, criando zonas distintas para recepção, copa, estar e banheiro acessível. A face oeste da “Cunha” é inclinada de modo a permitir a entrada de luz em uma área posterior originalmente sem janelas. Em todos os três espaços, optamos por formas que dialogam com o edifício original, criando momentos espaciais únicos sem depender exclusivamente de paredes para definir os ambientes.

Arquitetura
Edifício Industrial Porminho / TRAMA arquitetos



Descrição enviada pela equipe de projeto. Desenvolver um projeto industrial é um desafio bastante exigente, especialmente no que diz respeito à sua integração com o território urbano e a relação que mantém com a sua envolvente próxima.

Neste caso em particular, por se tratar de uma ampliação num terreno em “forma de vale”, com o atravessamento de uma linha de água, em que a nova edificação ficaria desligada da edificação existente, um dos maiores desafios foi estabelecer um novo programa, que garantisse a sua ligação e que compreendesse a deslocação de toda a área de administração existente para a nova unidade.


No decorrer do processo foram realizadas inúmeras reuniões de trabalho com o cliente e as equipas de engenharia envolvidas, tendo sido fundamental a coordenação das mesmas para alcançar os objetivos estabelecidos.

A nave industrial foi projetada de modo a cumprir com todas as necessidades exigidas pelo cliente, nomeadamente a ligação com a unidade industrial existente. Para se ultrapassar a questão da topografia do terreno e a linha de água, a solução passou pela criação de uma “ponte” entre a edificação existente e a nova edificação.

Um dos principais objetivos do projeto foi destacar o volume destinado à área de administração em relação à nave industrial, de forma a estabelecer uma hierarquia funcional e adequar a escala entre os dois volumes.

No que diz respeito à forma e à materialidade, no volume destinado à área de administração, optou-se por criar um embasamento em granito amarelo, elegendo-se o painel compósito de cor preta no volume superior. Esta materialidade fez com que o volume se destacasse da nave industrial, salvaguardando o seu enquadramento com a envolvente.

Fonte: Archdaily
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