Arquitetura
Casa Pinhal SS & RV / João Tiago Aguiar, Arquitectos


- Área:
300 m²
Ano:
2025
Fabricantes: A.MOREIRA CADETE, CIN, Efapel, Estilos Rústicos, GLS2, MADEICENTRO, PADIMAT, RCMETAL, TECHNAL – CAIXIFER, Tons de Pedra

Descrição enviada pela equipe de projeto. Inserida num denso pinhal, a reabilitação desta moradia procurou dissolver os limites entre o interior e o exterior, promovendo uma relação mais profunda com a natureza e com a luz. A intervenção foi guiada por uma vontade de clareza, contenção e intemporalidade; qualidades que se revelam subtilmente na forma como o espaço se desdobra e os materiais se articulam. A essência do projecto reside no equilíbrio: entre sombra e luz, cheio e vazio, abrigo e abertura.

Uma das decisões centrais foi a relocalização da escada. A estrutura original, demasiado grande, invadia a sala de estar e comprometia a fluidez do espaço. Ao transferi-la para o hall de entrada (antes sobredimensionado) ganhou-se área útil e criou-se um vazio com duplo pé-direito, inundado de luz natural. Um gesto escultórico é introduzido com dois primeiros degraus em pedra, soltos da parede e do restante lanço, quase como elementos autónomos e como uma peça escultórica. A escada continua depois em madeira, integrando arrumação discreta por baixo e unindo funcionalidade com clareza espacial.



Para viabilizar esta nova ligação vertical, as duas grandes instalações sanitárias do piso superior foram redesenhadas em versões mais pequenas, permitindo o vazio vertical e melhorando a organização geral. A guarda do mezanino foi também substituída por um novo elemento que funciona como estante; simultaneamente prático e poético.


A lareira foi inteiramente repensada: a antiga em pedra com chaminé visível deu lugar a uma parede em chapa metálica cinzento-escura, interrompida apenas por uma abertura que acolhe o fogo: um gesto elementar e abstracto. Na fachada voltada para o jardim, amplos vãos de sacada aproximam a casa da paisagem e deixam entrar a luz.

Outras alterações optimizaram a vivência quotidiana: a antiga instalação sanitária da empregada tornou-se um lavabo social ao inverter o acesso, e a antiga instalação sanitária social de apoio à cozinha foi transformada em instalação sanitária da master suite. A pérgula foi redesenhada e prolonga agora esta suite, criando um espaço exterior resguardado e sombreado, com aberturas laterais que filtram a luz e diluem o volume.

O exterior foi também profundamente intervencionado. A piscina, anteriormente em forma orgânica que mais se assemelhava a um feijão, foi redesenhada como um volume rectangular para repouso e banhos de sol. O seu interior e envolvente foram revestidos com azulejos artesanais em terracota verde garrafa, fundindo-se com o relvado e o pinhal.



O anexo foi redesenhado e reconcebido como três volumes mais leves. As entradas foram recuadas e assinaladas com vidro opalino, fragmentando o volume e sugerindo diferentes usos: lavandaria, arrumos e áreas técnicas. Este ritmo repete-se na nova pérgula, com interrupções laterais que reduzem o impacto visual e permitem a entrada da luz.

Madeira, pedra e vidro convivem com detalhes artesanais, especialmente nas instalações sanitárias superiores. A arquitectura cede lugar à atmosfera. O projecto procurou assentar numa arquitectura silenciosa, onde a precisão dos gestos constrói uma relação duradoura entre espaço, uso e contexto.

Arquitetura
Casa Soul / Idem | ArchDaily Brasil


- Área:
72 m²
Fabricantes: FV

Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Soul é um refúgio situado no coração do Vale de Mindo, Equador, fundamentada nas condições atmosféricas e materiais do entorno, assim como no mundo simbólico que seus habitantes construíram para narrar suas vidas. A geometria é utilizada para organizar cada elemento, tanto no interior quanto no exterior, propondo um microcosmos articulado como um interior opaco, velado em relação ao exterior. Simétrica em ambos os eixos, a casa propõe uma dualidade entre corpo e atmosfera, matéria e ânimo.

Ela incorpora simultaneamente uma lógica simbólica e material. Em seu núcleo, um vazio transversal abre a casa para a paisagem, ancorado por um volume luminoso localizado no centro geométrico. Esta claraboia transparente captura o céu em mudança e se torna uma testemunha silenciosa de seu movimento, no momento em que a casa se retrai e se isola do mundo.

A casa se organiza em torno da ideia de permitir dois ambientes completamente independentes. Um sistema de painéis deslizantes centrais permite dividir o interior em dois volumes desconectados, oferecendo a seus habitantes a possibilidade de se resguardar em uma ou outra seção desta grande habitação. Essa flexibilidade espacial responde à necessidade de intimidade dentro de uma domesticidade compartilhada. Ao mesmo tempo, a casa busca minimizar seu impacto sobre o lugar. Para isso, foi projetado um sistema de coleta de águas pluviais destinado à irrigação dos jardins adjacentes, complementado por um tratamento de águas cinzas e negras que, através de espécies vegetais e bactérias, devolve a água à terra com o menor grau de intervenção possível.


O sistema construtivo surge de duas linhagens: as estruturas de madeira rudimentares encontradas no local e as casas pré-fabricadas de Jean Prouvé. Estas referências guiaram a adoção de um sistema repetitivo de pilares e vigas, resistente a forças laterais e simples de montar.

No centro se ergue uma coluna solitária, cuja fragilidade é acentuada pela claraboia que a coroa, um gesto que remete à concepção de Kazuo Shinohara, para quem os elementos estruturais são dispositivos de estabilidade e, ao mesmo tempo, de singularidade poética. A luz e a gravidade se comportam como uma só no coração desta habitação. A claraboia libera a coluna central de seus deveres estruturais, permitindo-lhe existir como símbolo mais do que como suporte. Assim, sinaliza o centro preciso de uma paisagem que não se encontra mais, mas que se cria: um horizonte interior emoldurado pela própria casa.

O emaranhado estrutural foi realizado por artesãos locais, que desenvolveram o projeto por meio de maquetes de cada uma das junções presentes na casa. O confronto entre o design proposto e as contingências da construção — limitações orçamentárias, condições imprevistas — deu origem a uma complexidade de detalhes que enriqueceu amplamente a proposta original.


Fonte: Archdaily
Arquitetura
Renovação do MD Anderson Hall – Rice University School of Architecture / Kwong Von Glinow


- Área:
3775 m²
Ano:
2024
Fabricantes: Ardex, DIRTT Modular Wall System, Kawneer

Descrição enviada pela equipe de projeto. Projetar a partir da descoberta: três novos espaços no MD Anderson Hall — A Rice University School of Architecture encomendou ao escritório Kwong Von Glinow o projeto de três novos espaços dentro do MD Anderson Hall: um Centro de Boas-Vindas, um Fórum para Estudantes e Comunidade, e um Lounge para Docentes e Funcionários. Esses novos ambientes estão localizados ao longo do eixo central da escola. O processo de projeto começou com uma investigação aprofundada da história do edifício original, projetado em 1947 por Staub and Rather, e da ampliação de 1981, realizada por James Stirling e Michael Wilford. Um dos textos de referência mencionava uma observação de Philip Johnson sobre a ampliação de Stirling: “Vim ver o prédio do Jim, mas não consegui encontrá-lo.” (Cite Fall 1992 – Winter 1993). Essa ideia de “descoberta” ou “encontro” do espaço tornou-se central para nossa abordagem de projeto.




O conceito de “descobrir” — no sentido de se deparar ou encontrar algo — revelou-se essencial para este projeto de renovação, especialmente considerando o legado arquitetônico de Stirling e Wilford. Os três espaços que projetamos ficam adjacentes à Farish Gallery, o principal espaço público da escola. Essa galeria possui uma parede diagonal marcante que conforma o ambiente em um trapézio, onde uma coluna e uma viga do edifício original de 1947 aparecem salientes da parede angulada da ampliação de 1981. Nossa análise das plantas originais revelou que essa sala trapezoidal e a exposição da estrutura foram escolhas deliberadas de James Stirling, marcando o ponto de transição entre o edifício original e a ampliação posterior. Nossa abordagem para a renovação e reprogramação dos três espaços foi a de revelar e valorizar esse contexto histórico e arquitetônico, reconhecendo e intensificando as especificidades da intervenção.

O Centro de Boas-Vindas, localizado no canto sudeste do MD Anderson Hall, é definido por quatro elementos principais: uma fachada envidraçada voltada para o pátio, uma coluna estrutural revestida de espelhos, divisórias curvas de vidro formando quatro escritórios, e uma recepção monolítica. A antiga parede opaca de tijolos na fachada sul foi substituída por dois grandes painéis de vidro, criando uma experiência visual mais acolhedora e conectada para quem chega pelo pátio. No interior, duas paredes curvas de vidro formam a fachada interna dos quatro escritórios, convidando os visitantes a entrarem e facilitando o contato com a equipe. A coluna espelhada faz referência à fachada oeste emblemática da ampliação de Stirling e Wilford, ao mesmo tempo em que reflete o entorno e amplia a percepção espacial. O novo Fórum para Estudantes e Comunidade, diretamente acima do Centro de Boas-Vindas, estabelece uma conexão entre o MD Anderson Hall e o novo Cannady Hall. Uma rampa acessível e escadas acomodam a diferença de nível entre os dois edifícios. Dois níveis de assentos circulares embutidos criam um espaço central para encontros informais entre os alunos, enquanto elementos como pilares salientes e padrões em madeira fazem referência à parede diagonal de Stirling e Wilford, oferecendo cantos mais íntimos dentro da área multifuncional maior.



O Lounge para Docentes e Funcionários redefine a antiga área de recepção da Reitoria. Um balcão monolítico feito em Corian remete ao projeto original de Stirling e Wilford, espelhando sua forma e posição no ambiente. Um volume em forma de “cunha”, com três lados, separa as áreas públicas e privadas do lounge, criando zonas distintas para recepção, copa, estar e banheiro acessível. A face oeste da “Cunha” é inclinada de modo a permitir a entrada de luz em uma área posterior originalmente sem janelas. Em todos os três espaços, optamos por formas que dialogam com o edifício original, criando momentos espaciais únicos sem depender exclusivamente de paredes para definir os ambientes.

Arquitetura
Edifício Industrial Porminho / TRAMA arquitetos



Descrição enviada pela equipe de projeto. Desenvolver um projeto industrial é um desafio bastante exigente, especialmente no que diz respeito à sua integração com o território urbano e a relação que mantém com a sua envolvente próxima.

Neste caso em particular, por se tratar de uma ampliação num terreno em “forma de vale”, com o atravessamento de uma linha de água, em que a nova edificação ficaria desligada da edificação existente, um dos maiores desafios foi estabelecer um novo programa, que garantisse a sua ligação e que compreendesse a deslocação de toda a área de administração existente para a nova unidade.


No decorrer do processo foram realizadas inúmeras reuniões de trabalho com o cliente e as equipas de engenharia envolvidas, tendo sido fundamental a coordenação das mesmas para alcançar os objetivos estabelecidos.

A nave industrial foi projetada de modo a cumprir com todas as necessidades exigidas pelo cliente, nomeadamente a ligação com a unidade industrial existente. Para se ultrapassar a questão da topografia do terreno e a linha de água, a solução passou pela criação de uma “ponte” entre a edificação existente e a nova edificação.

Um dos principais objetivos do projeto foi destacar o volume destinado à área de administração em relação à nave industrial, de forma a estabelecer uma hierarquia funcional e adequar a escala entre os dois volumes.

No que diz respeito à forma e à materialidade, no volume destinado à área de administração, optou-se por criar um embasamento em granito amarelo, elegendo-se o painel compósito de cor preta no volume superior. Esta materialidade fez com que o volume se destacasse da nave industrial, salvaguardando o seu enquadramento com a envolvente.

Fonte: Archdaily
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