Política
Elite lamenta erros de Tarcísio em jantar com Kassab
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Integrantes da elite empresarial e intelectual paulistana lamentaram, durante um jantar em homenagem a Gilberto Kassab (PSD) na segunda-feira (13), o que chamaram de erros e excessos bolsonaristas do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Segundo duas pessoas presentes ao encontro relataram à reportagem, o tom geral foi de desalento, dado que em diversos estratos Tarcísio era visto como uma opção palatável da direita a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial do ano que vem.
O encontro, no apartamento de um expoente da ala do grupo ligada a questões sociais, reuniu cerca de 30 pessoas. A reportagem não conseguiu conversar com Kassab sobre o evento.
A audiência era heterogênea, sem uma representação maciça da chamada Faria Lima, ou seja, nomes ligados à área financeira. Estavam lá empresários como Luiza Trajano (Magazine Luiza), a herdeira do Itaú Neca Setúbal, o ex-ministro Nelson Jobim e advogados como Pierpaolo Bottini.
Um empresário da área médica foi incisivo em sua fala, dizendo que Tarcísio inviabilizou o apoio que tinha no setor produtivo ao ficar ao lado do clã Bolsonaro no imbróglio do tarifaço de Donald Trump contra o Brasil.
Outros citaram o bolsonarismo reafirmado pelo ex-ministro da Infraestrutura enquanto o antigo chefe se prepara para ir à prisão por tentativa de golpe. Na avaliação de presentes, Tarcísio conseguiu desagradar quem o via como moderado e os radicais de Jair Bolsonaro (PL), que sentiram cheiro de oportunismo em suas falas.
Kassab não entrou nesses méritos, segundo os presentes. Sobre o seu atual chefe Tarcísio, de quem é secretário de Governo, disse apenas que a decisão de candidatar-se à Presidência ainda não foi tomada, mas que ele tem a impressão de que o governador irá buscar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.
É um cenário que agrada Kassab, que tem um plano de voo no qual ele se candidata a vice e, em caso de vitória de Tarcísio e da busca pela Presidência do governador em 2030, ele assume o governo e disputa o pleito estadual naquele ano.
Já sobre o bolsonarismo em si, o chefe do PSD disse considerar o movimento inviabilizado pelo radicalismo, e creditou muito aos movimentos de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, municiando o governo Trump com dados tentar salvar o pai da cadeia.
A operação deu em nada. Apesar das tarifas e das sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes e outros magistrados, Bolsonaro pegou mais de 27 anos de prisão. Para piorar o cenário dos radicais, Trump e Lula se aproximaram e ensaiam uma reconciliação.
Kassab defendeu, como vem fazendo em público, a candidatura do governador Ratinho Jr. (PSD-PR) para o campo da direita. Chamou a atenção ele não ter citado o do também governador Eduardo Leite (RS), recém-incorporado ao PSD, o que ele justificou pela juventude do gaúcho de 40 anos -mas o paranaense tem 44.
O secretário previu que seu partido, já consolidado em termos municipais, fará uma bancada de cem deputados na eleição do ano que vem. Hoje, é a quarta força na Câmara, ao lado do MDB, com 44 nomes. E voltou a defender um perfil centrista clássico, longe da esquerda liderada pelo PT e também do bolsonarismo.
Citou algumas vezes em sua fala o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, deixando a impressão aos comensais de que quer assumir o espaço do PSDB no imaginário político -na prática, ficou com os despojos do antes todo-poderoso tucanato em São Paulo, amealhando cerca de 1/3 as 645 prefeituras do estado.
Por fim, fiel ao pé firme que mantém na canoa de Lula, em cujo governo o PSD tem três ministérios, Kassab avaliou o momento do petista como favorável. Repetindo o que já havia dito reservadamente em outras ocasiões, disse ver o presidente trabalhando como herdeiro político não um petista como o ministro Fernando Haddad (Fazenda), mas sim o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP).
O psolista perdeu duas eleições em segundo turno na capital paulista com apoio de Lula, mas é visto como alguém capaz de carregar as bandeiras da esquerda e a retórica palanqueira do petista, algo que não há nas hostes do partido do presidente.
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Política
Mendonça associa decisão do STF sobre Marco Civil da Internet a ativismo judicial
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça afirmou nesta segunda-feira (17) que o julgamento sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet foi um exemplo ativismo judicial perpetrado pela corte.
A declaração foi dada em um almoço empresarial do grupo Lide, do ex-governador de São Paulo João Doria. Mendonça sentou na mesa junto ao perfeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do vice-governador do estado Felicio Ramuth e do presidente da OAB-SP Leonardo Sica.
Em resposta a perguntas da plateia, Mendonça demonstrou sua discordância. “Nós criamos restrições sem lei. Isso se chama ativismo judicial, que muitos colegas defendem. Eu não defendo, porque a Constituição não me permite”, disse.
A decisão da corte sobre constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet aumentou a responsabilidade da plataformas digitais sobre postagens de terceiros e criou o dever de cuidado sobre os conteúdos. Mendonça abriu a divergência e defendeu a manutenção da norma.
O ministro também demonstrou preocupação com o tema da segurança pública, que tratou como um dos indicadores da governança pública dos países. “Quem entende de segurança pública sabe que, às vezes, a gente quer tratar um problema de câncer com pílula de AAS, disse Mendonça, que afirmou não estar defendendo “A, B ou C”.
“Estou dizendo que nós temos um problema sério de segurança pública. […] Segundo me foi passado por autoridades, 40% do território da grande Rio está dominado pelo crime organizado”, afirmou na sequência.
Mendonça também comentou como lida com discordâncias no STF, afirmando “não divergir do colega, mas da ideia”. Ele defendeu que ministros façam “concessões, às vezes legítimas e recíprocas, que permitem um caminho no melhor resultado”.
“Eu não me importo de ser vecido. Eu me importo de sair na dúvida se foi o melhor voto que eu dei”, disse. Mendonça se envolveu recentemente em uma discussão com o ministro Dias Toffoli durante uma sessão da Primeira Turma do STF. O órgão debatia qual seria o juízo competente para analisar uma ação por danos morais movida por um juiz federal contra um procurador do MPF (Ministério Público Federal).
A referência de Mendonça a um voto de 2021 dado por Toffoli em um recurso sobre o mesmo caso desagradou o colega, que o acusou de deturpar o conteúdo da decisão e disse estar exaltado pela “covardia” de Mendonça.
Política
Motta mantém votação do PL Antifacção mesmo com críticas a proposta
Mesmo com críticas do governo federal, especialistas e de parte da sociedade, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), manteve a votação do substitutivo do projeto de lei (PL) Antifacção para esta terça-feira (18).
“O projeto aumenta as penas para integrantes de facções e dificulta o retorno às ruas, também cria e integra os Bancos Nacional e Estaduais de Dados sobre as Organizações Criminosas. Vamos em frente com responsabilidade e a urgência que o tema requer”, afirmou Motta, nesta segunda-feira (17), em rede social.
Existe a expectativa de o relator, deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), apresentar um novo texto antes da votação, que será a quinta versão do substitutivo em pouco mais de uma semana. O governo federal sustenta que o substitutivo do relator Derrite desfigurou a iniciativa do Executivo enviado ao Parlamento para combater as organizações criminosas e que o parecer vai criar um “caos jurídico” que pode beneficiar os criminosos.
O secretário nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública Marivaldo Pereira disse à Agência Brasil que o texto vai atrasar as investigações e ações penais em andamento.
“Se a proposta for aprovada do jeito que está, vamos assistir a um verdadeiro caos jurídico, porque há uma série de normas conflitantes que vão abrir uma oportunidade para que os investigados comecem a questionar qual é a norma efetivamente aplicada”, argumentou.
O governo ainda reclama da decisão do relator de retirar recursos federais que financiam a Polícia Federal (PF).
“Mandamos uma proposta com o objetivo de descapitalizar o crime. O relator apresentou uma proposta que descapitaliza os fundos de segurança do governo federal. A proposta do jeito que está descapitaliza os fundos do governo federal e vai prejudicar diretamente as operações da PF”, completou Marivaldo.
Especialistas tem apontado ainda que o projeto pode dificultar as investigações do Ministério Público (MP). O relator informou à Agência Brasil que vai ajustar o texto para não deixar dúvidas quanto ao papel do MP no combate às organizações criminosas.
Relator
O relator do PL Antifacção, Guilherme Derrite, prometeu apresentar o 5º parecer com novas alterações ao texto. Para ele, as críticas tem como alvo o aumento das penas para membros de organizações criminosas.
“Hoje, faccionado que mata uma criança pode ficar preso só 4 anos e 8 meses. O governo federal queria que continuasse igual. No meu relatório, a pena vai a 30 anos, pelo menos 21 em regime fechado. Saímos de menos de cinco anos para 21. Tirem conclusões sobre a indignação de tanta gente”, afirmou Derrite em uma rede social.
O projeto original do governo aumentava as penas contra membros de facções criminosas, mas não no nível proposto pelo novo relator. O governo tem informado que concorda com o aumento de penas, mas pede que sejam preservadas as demais contribuições do PL original.
Versões
O relator Gulherme Derrite apresentou quatro versões distintas do PL Antifacção com ajustes para atender as críticas do governo e de especialistas.
Uma das mudanças retirou a obrigatoriedade de a PF apenas atuar contra facções com algum pedido formal do governador do estado, medida vista como retirada de atribuições da PF.
O relator Guilherme Derrite, que se licenciou do cargo de secretário de Segurança de São Paulo apenas para relatar esse projeto, sempre negou que tentou tirar as prerrogativas da PF.
Outra mudança do relator retirou a previsão de incluir as facções na Lei Antiterrorismo, o que poderia, segundo o governo e especialistas, ser usado por nações estrangeiras para intervirem em assuntos internos do Brasil.
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Fonte: Notícias ao Minuto
Política
Mendonça concede habeas corpus desobrigando presença de depoente e CPI do INSS cancela sessão
A CPI do INSS cancelou a sessão marcada para esta segunda-feira, 17, após os dois depoentes do dia apresentarem justificativas para a ausência. O empresário Thiago Schettini conseguiu um habeas corpus cedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça desobrigando o comparecimento, e o ex-coordenador de Pagamentos e Benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social Jucimar Fonseca da Silva tem um atestado médico.
A junta médica do Senado analisou que Jucimar tem condições de prestar depoimento e, por isso, a CPI deverá novamente convocar uma sessão para ouvi-lo. Schettini é apontado por parlamentares membros da CPI como um dos operacionalizadores do esquema fraudulento de descontos não autorizados em aposentadorias. O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos autores do requerimento de convocação, aponta que Schettini tinha relações com uma das entidades beneficiárias do esquema e com Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”.
Jucimar também é citado como uma parte envolvida no esquema. “Jucimar é apontado pelas investigações como uma peça central na engrenagem que permitiu o desvio sistemático de recursos dos aposentados e pensionistas. As apurações indicam que o então coordenador assinou uma nota técnica que autorizou o desbloqueio em lote de descontos associativos a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), uma das entidades centrais no escândalo”, argumentou Izalci Lucas (PL-DF), autor do requerimento de convocação. Ele foi alvo de pedido de prisão pela CPI em setembro. Também foi o primeiro a pedir habeas corpus no STF contra o pedido de prisão.
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