Arquitetura
Escritório de Advogados, Lisboa / Ricardo Bak Gordon



A oportunidade da mudança. A decisão da CS’Associados de reavaliar a habitabilidade e a atmosfera do seu escritório nos pisos 7 e 8 do edifício 249, na Av. da Liberdade constitui por si só uma oportunidade de debate sobre o lugar de trabalho e a vida quotidiana a ele associada, mas também a consciência das virtudes do lugar físico que hoje já ocupa, o qual é indiscutivelmente referencial na cidade de Lisboa.

Tempo e Intemporalidade. A contribuição da arquitectura, entendida como um saber multidisciplinar para onde convergem não apenas todas as questões do ambiente e atmosfera, mas principalmente as técnicas que amparam a construção dos lugares, assegura uma mudança crítica, que atende às necessidades e exigências atuais e prospetivas, propondo um modo de habitar para este lugar de trabalho, substancialmente diferente daquele que foi ao longo da última década. Naturalmente que esta transformação, que agora se pretende implementar, e que se acredita ser um ponto de partida para que toda a comunidade CS’Associados possa encarar a vida no trabalho a partir de uma experiência absolutamente nova, implica uma clara vontade de mudança. A proposta apresentada pode ser lida como uma espécie de caixa de ressonância dos valores primordiais do escritório, otimista, onde se quer enaltecer simultaneamente, a contemporaneidade e a intemporalidade, a sobriedade e a elegância, o rigor e a sustentabilidade.

De fora e de dentro. A solução encontrada deve assegurar a eficácia e o conforto indispensáveis à comunidade CS’Associados, promover o espírito coletivo e garantir a individualidade de cada um, mas também afirmar-se como lugar de referência para receber todos os seus clientes e visitantes. É no justo equilíbrio destes objetivos que deve residir a resposta para o novo escritório CS’ Associados.

Estratégia geral de ocupação. A localização atual dos escritórios CS’Associados, nos pisos mais elevados do edifício 249 da Av. da Liberdade, é sinónimo de um lugar de excelência, o qual terá que ser uma das imagens desta comunidade de trabalho. Essa posição urbana estratégica, espécie de voo rasante sobre a cidade de Lisboa, deverá constituir-se como DNA do novo escritório CS’Associados. A celebração da cidade e da luz far-se-á a partir dos novos espaços abertos de trabalho que se organizam para amparar todas as atividades quotidianas. Complementados com gabinetes e salas de reuniões, estes espaços fluidos adaptam-se a cada uma das exigências de trabalho, ao mesmo tempo que promovem novos modos de habitar.

Nas extremidades norte e sul de cada piso, um setor transversal de gabinetes, integralmente envidraçado, assegura um conjunto de espaços privados e garante, através dos seus alçados, a reflexão do espaço e uma imagem interior de intenso dinamismo. Nas varandas exteriores reside uma das mais-valias do lugar existente, que deverá ser potenciado como espaço de referência de todos os colaboradores. Ao contrário da utilização esporádica que hoje se conhece, estas varandas devem ser equipadas e infraestruturadas, de forma a configurarem-se como espaços de trabalho, de pausa e de convívio.

Independentemente da profunda mudança que se propõe introduzir, o projeto deverá sempre assegurar e privilegiar a privacidade propícia à execução de trabalhos que exigem concentração e reflexão. Todos os sócios poderão ter gabinetes privados e serão múltiplas as opções de espaços mais ou menos formais, onde se poderão desenvolver reuniões de trabalho, pequenas conversas ou encontros para brainstorming. O programa funcional é ainda complementado com espaços destinados a biblioteca, copa, cafetaria e refeições, espaços multiusos, de secretariado jurídico, de apoio administrativo, de apoio a tecnologias de informação, economato, arquivo e serviços de manutenção.

No piso 8, para lá dos espaços de trabalho em open-space e dos gabinetes de sócios e/ou consultores, uma área exclusivamente destinada a clientes será composta por uma nova receção, disfrutando de uma imensa panorâmica sobre a cidade de Lisboa, e um conjunto de salas de reuniões, infraestruturadas, amparadas por uma copa de piso exclusiva, equipada para servir pequenas refeições. Aqui, o generoso espaço exterior deve ser, uma vez mais, potenciado com diferentes níveis de utilização.

Teto, plano horizontal de referência. É frequente pensar na construção de um espaço habitado não só a partir do seu pavimento, paredes, e planos verticais, mas também no modo como estes são caracterizados e ornamentados.

Porém, é pouco frequente a tomada de consciência da importância do plano dos tetos para a construção (ou destruição) de uma atmosfera arquitetónica. Se é verdade que do passado nos chegam as mais notáveis referências de tetos nobres, pintados, esculpidos, trabalhados, com a consciência da importância e nobreza que conferem ao espaço, não é menos verdade que assistimos hoje, com frequência, à utilização do plano dos tetos, de forma pouco criteriosa e negligenciada, muitas vezes utilizada como superfície de infraestruturas em que cada sistema (iluminação, ar-condicionado, deteção de movimentos, combate a incêndio, câmaras de videovigilância, etc.) se instala livremente, sem qualquer noção do todo e das partes.


Nesta proposta procuramos exaltar a atmosfera do espaço a partir do plano de teto, uma vez que a sua visibilidade e presença, nomeadamente por via do espaço aberto, se torna epicentral na vivência quotidiana do escritório. A partir da introdução de um sistema Light and Air desenhado pela Bak Gordon Arquitectos e desenvolvido pela Osvaldo Matos Iluminação, propomos dar resposta a todas as infraestruturas indispensáveis, aplicadas de forma organizada e linear, libertando todo o restante espaço do teto para a introdução de uma espécie de “pintura”, uma série de painéis acústicos, recobertos em Burel, com diversas cores complementares, numa composição de enorme elegância que deverá constituir-se com referência e memoria do escritório CS’Associados.

Materialidades e desempenho. Conscientes de que os valores de manutenção e operação dos edifícios de escritórios correspondem, ao longo da sua vida útil, a um investimento substancial, consideramos ser essencial antecipar a otimização de recursos. Assim, e juntamente com as várias especialidades, trabalharemos no sentido de obter as melhores soluções, não só para um controlo efetivo dos custos, mas também para potenciar o maior conforto térmico e acústico dos trabalhadores e clientes. A iluminação natural e a qualidade do ar serão também uma prioridade na resolução da proposta e na procura de uma solução integrada. A estes juntaremos ainda a seleção de materiais e equipamentos que permitam uma fácil limpeza e manutenção. Materiais mais pragmáticos e eficazes serão complementados e coordenados com outros mais requintados e confortáveis, numa procura constante de equilíbrio.

Arquitetura
Casa Soul / Idem | ArchDaily Brasil


- Área:
72 m²
Fabricantes: FV

Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Soul é um refúgio situado no coração do Vale de Mindo, Equador, fundamentada nas condições atmosféricas e materiais do entorno, assim como no mundo simbólico que seus habitantes construíram para narrar suas vidas. A geometria é utilizada para organizar cada elemento, tanto no interior quanto no exterior, propondo um microcosmos articulado como um interior opaco, velado em relação ao exterior. Simétrica em ambos os eixos, a casa propõe uma dualidade entre corpo e atmosfera, matéria e ânimo.

Ela incorpora simultaneamente uma lógica simbólica e material. Em seu núcleo, um vazio transversal abre a casa para a paisagem, ancorado por um volume luminoso localizado no centro geométrico. Esta claraboia transparente captura o céu em mudança e se torna uma testemunha silenciosa de seu movimento, no momento em que a casa se retrai e se isola do mundo.

A casa se organiza em torno da ideia de permitir dois ambientes completamente independentes. Um sistema de painéis deslizantes centrais permite dividir o interior em dois volumes desconectados, oferecendo a seus habitantes a possibilidade de se resguardar em uma ou outra seção desta grande habitação. Essa flexibilidade espacial responde à necessidade de intimidade dentro de uma domesticidade compartilhada. Ao mesmo tempo, a casa busca minimizar seu impacto sobre o lugar. Para isso, foi projetado um sistema de coleta de águas pluviais destinado à irrigação dos jardins adjacentes, complementado por um tratamento de águas cinzas e negras que, através de espécies vegetais e bactérias, devolve a água à terra com o menor grau de intervenção possível.


O sistema construtivo surge de duas linhagens: as estruturas de madeira rudimentares encontradas no local e as casas pré-fabricadas de Jean Prouvé. Estas referências guiaram a adoção de um sistema repetitivo de pilares e vigas, resistente a forças laterais e simples de montar.

No centro se ergue uma coluna solitária, cuja fragilidade é acentuada pela claraboia que a coroa, um gesto que remete à concepção de Kazuo Shinohara, para quem os elementos estruturais são dispositivos de estabilidade e, ao mesmo tempo, de singularidade poética. A luz e a gravidade se comportam como uma só no coração desta habitação. A claraboia libera a coluna central de seus deveres estruturais, permitindo-lhe existir como símbolo mais do que como suporte. Assim, sinaliza o centro preciso de uma paisagem que não se encontra mais, mas que se cria: um horizonte interior emoldurado pela própria casa.

O emaranhado estrutural foi realizado por artesãos locais, que desenvolveram o projeto por meio de maquetes de cada uma das junções presentes na casa. O confronto entre o design proposto e as contingências da construção — limitações orçamentárias, condições imprevistas — deu origem a uma complexidade de detalhes que enriqueceu amplamente a proposta original.


Fonte: Archdaily
Arquitetura
Renovação do MD Anderson Hall – Rice University School of Architecture / Kwong Von Glinow


- Área:
3775 m²
Ano:
2024
Fabricantes: Ardex, DIRTT Modular Wall System, Kawneer

Descrição enviada pela equipe de projeto. Projetar a partir da descoberta: três novos espaços no MD Anderson Hall — A Rice University School of Architecture encomendou ao escritório Kwong Von Glinow o projeto de três novos espaços dentro do MD Anderson Hall: um Centro de Boas-Vindas, um Fórum para Estudantes e Comunidade, e um Lounge para Docentes e Funcionários. Esses novos ambientes estão localizados ao longo do eixo central da escola. O processo de projeto começou com uma investigação aprofundada da história do edifício original, projetado em 1947 por Staub and Rather, e da ampliação de 1981, realizada por James Stirling e Michael Wilford. Um dos textos de referência mencionava uma observação de Philip Johnson sobre a ampliação de Stirling: “Vim ver o prédio do Jim, mas não consegui encontrá-lo.” (Cite Fall 1992 – Winter 1993). Essa ideia de “descoberta” ou “encontro” do espaço tornou-se central para nossa abordagem de projeto.




O conceito de “descobrir” — no sentido de se deparar ou encontrar algo — revelou-se essencial para este projeto de renovação, especialmente considerando o legado arquitetônico de Stirling e Wilford. Os três espaços que projetamos ficam adjacentes à Farish Gallery, o principal espaço público da escola. Essa galeria possui uma parede diagonal marcante que conforma o ambiente em um trapézio, onde uma coluna e uma viga do edifício original de 1947 aparecem salientes da parede angulada da ampliação de 1981. Nossa análise das plantas originais revelou que essa sala trapezoidal e a exposição da estrutura foram escolhas deliberadas de James Stirling, marcando o ponto de transição entre o edifício original e a ampliação posterior. Nossa abordagem para a renovação e reprogramação dos três espaços foi a de revelar e valorizar esse contexto histórico e arquitetônico, reconhecendo e intensificando as especificidades da intervenção.

O Centro de Boas-Vindas, localizado no canto sudeste do MD Anderson Hall, é definido por quatro elementos principais: uma fachada envidraçada voltada para o pátio, uma coluna estrutural revestida de espelhos, divisórias curvas de vidro formando quatro escritórios, e uma recepção monolítica. A antiga parede opaca de tijolos na fachada sul foi substituída por dois grandes painéis de vidro, criando uma experiência visual mais acolhedora e conectada para quem chega pelo pátio. No interior, duas paredes curvas de vidro formam a fachada interna dos quatro escritórios, convidando os visitantes a entrarem e facilitando o contato com a equipe. A coluna espelhada faz referência à fachada oeste emblemática da ampliação de Stirling e Wilford, ao mesmo tempo em que reflete o entorno e amplia a percepção espacial. O novo Fórum para Estudantes e Comunidade, diretamente acima do Centro de Boas-Vindas, estabelece uma conexão entre o MD Anderson Hall e o novo Cannady Hall. Uma rampa acessível e escadas acomodam a diferença de nível entre os dois edifícios. Dois níveis de assentos circulares embutidos criam um espaço central para encontros informais entre os alunos, enquanto elementos como pilares salientes e padrões em madeira fazem referência à parede diagonal de Stirling e Wilford, oferecendo cantos mais íntimos dentro da área multifuncional maior.



O Lounge para Docentes e Funcionários redefine a antiga área de recepção da Reitoria. Um balcão monolítico feito em Corian remete ao projeto original de Stirling e Wilford, espelhando sua forma e posição no ambiente. Um volume em forma de “cunha”, com três lados, separa as áreas públicas e privadas do lounge, criando zonas distintas para recepção, copa, estar e banheiro acessível. A face oeste da “Cunha” é inclinada de modo a permitir a entrada de luz em uma área posterior originalmente sem janelas. Em todos os três espaços, optamos por formas que dialogam com o edifício original, criando momentos espaciais únicos sem depender exclusivamente de paredes para definir os ambientes.

Arquitetura
Edifício Industrial Porminho / TRAMA arquitetos



Descrição enviada pela equipe de projeto. Desenvolver um projeto industrial é um desafio bastante exigente, especialmente no que diz respeito à sua integração com o território urbano e a relação que mantém com a sua envolvente próxima.

Neste caso em particular, por se tratar de uma ampliação num terreno em “forma de vale”, com o atravessamento de uma linha de água, em que a nova edificação ficaria desligada da edificação existente, um dos maiores desafios foi estabelecer um novo programa, que garantisse a sua ligação e que compreendesse a deslocação de toda a área de administração existente para a nova unidade.


No decorrer do processo foram realizadas inúmeras reuniões de trabalho com o cliente e as equipas de engenharia envolvidas, tendo sido fundamental a coordenação das mesmas para alcançar os objetivos estabelecidos.

A nave industrial foi projetada de modo a cumprir com todas as necessidades exigidas pelo cliente, nomeadamente a ligação com a unidade industrial existente. Para se ultrapassar a questão da topografia do terreno e a linha de água, a solução passou pela criação de uma “ponte” entre a edificação existente e a nova edificação.

Um dos principais objetivos do projeto foi destacar o volume destinado à área de administração em relação à nave industrial, de forma a estabelecer uma hierarquia funcional e adequar a escala entre os dois volumes.

No que diz respeito à forma e à materialidade, no volume destinado à área de administração, optou-se por criar um embasamento em granito amarelo, elegendo-se o painel compósito de cor preta no volume superior. Esta materialidade fez com que o volume se destacasse da nave industrial, salvaguardando o seu enquadramento com a envolvente.

Fonte: Archdaily
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