Tecnologia
Redata pode quadruplicar parque de data centers no País


Os R$ 2 trilhões de investimentos que o Brasil projeta atrair com o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (Redata) vão multiplicar em quase quatro vezes a capacidade de processamento de dados no Brasil. Atualmente, o parque de data centers tem 800 megawatts, em projeções da Associação Brasileira de Data Centers (ABDC), este número pode chegar a três gigawatts, se consolidando como um importante polo global da indústria. Para comparação, a América Latina inteira tem 1,5 gigawatt de capacidade.
O governo federal aposta na desoneração como pilar para atrair os altos investimentos globais desse setor, que vive momento aquecido com o crescimento da inteligência artificial. A indústria – contando empresas globais que instalam infraestrutura aqui, as que fornecem serviços e as big techs que usam a capacidade de processamento – também deposita suas fichas na possibilidade que o Brasil se tornar um polo global.
O Redata zera tributos federais como PIS, Cofins, IPI e tarifas de importação sobre equipamentos usados em operações de data centers, reduzindo a alíquota efetiva de 52% para cerca de 18%. O programa, porém, não inclui impostos estaduais, como o ICMS. Em contrapartida, exige o uso de energia renovável, sistemas hídricos fechados, investimento de 2% em pesquisa e desenvolvimento no Brasil e reserva de 10% da capacidade de processamento para universidades e empresas nacionais.
A Associação Brasileira de Data Centers (ABDC) considera que a MP abre \”uma janela espetacular\” para investimentos. O presidente da entidade, Renan Lima Alves, enxerga que a nova política garante que o mercado brasileiro deixe de depender do processamento no exterior. O governo brasileiro e o setor dizem que atualmente 60% dos dados brasileiros são processados ou armazenados no exterior.
Na mesma linha, a Brasscom, entidade que reúne empresas de tecnologia da informação e comunicação, elogiou a previsibilidade criada pela medida e a combinação de incentivos fiscais com exigências de sustentabilidade e estímulo à pesquisa local. Affonso Nina, presidente da Brasscom, aponta que ainda em 2025 devem ser destravados investimentos acima de R$ 10 bilhões.
A Equinix, empresa global de data centers, tem em andamento a construção de um novo local de processamento de dados em São Paulo com investimentos totais de US$ 110 milhões. Listada na Nasdaq, a Equinix tem mais de 270 data centers em seis continentes. Victor Arnaud, presidente da Equinix no Brasil, disse que espera acelerar os planos de expansão no País a partir do Redata.
A brasileira WDC Networks, de equipamentos e serviços em áreas como telecomunicações, aponta que pretende avançar na construção dos chamados data centers \”de borda\”, estruturas regionais que ficam próximas aos clientes finais. A empresa diz ter mapeado 122 cidades brasileiras que tem demanda para estes projetos.
As gigantes Amazon Web Services (AWS) e Google Cloud não informam novos investimentos que virão exclusivamente a partir do Redata. Mas ambas já têm projetos grandiosos anunciados no Brasil. Cleber Morais, diretor-geral da AWS no Brasil, disse que a política é um passo importante para enfrentar desafios estruturais que impactam a competitividade do setor. Em setembro do ano passado, a companhia anunciou investimentos de US$ 1,8 bilhão no Brasil até 2034.
Já o Google Cloud trouxe os seus processadores de ponta, chamados TPU, para seus data centers no Brasil neste mês. Na ocasião, o presidente global da empresa, Thomas Kurian, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que as condições de energia limpa e barata no Brasil colocam o País como um possível centro de treinamento dos modelos de inteligência artificial.
A OpenAI, empresa que popularizou a IA globalmente com o ChatGPT, reconhece que o Redata fortalece a infraestrutura digital do País. No entanto, a empresa disse em nota que a regulação do setor deve ser \”compatível com o treinamento de modelos de inteligência artificial\”. A companhia é uma das maiores clientes de data centers do mundo – o desenvolvimento das ferramentas de IA generativa exigem processadores de alto nível.
Para Marcos Paraíso, vice-presidente de desenvolvimento e negócios da Modular Data Centers, o Brasil precisa ainda dar outros passos para conseguir atrais os líderes globais dessa indústria. Ele se refere a um arcabouço legal que garanta segurança jurídica a esses investimentos, incluindo a proteção de dados estrangeiros no território nacional.
Sustentabilidade
Por exigir contrapartidas como a exigência de uso de energia verde, o Redata dá vantagem ao Brasil na corrida para sediar data centers. Isto porque as empresas que estão desenvolvendo as tecnologias de IA têm enfrentado cobrança pela pegada de carbono do treinamento de modelos. Alessandro Lombardi, presidente da Elea Data Centers, vê que o Brasil pode ser referência.
Por outro lado, o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) emitiu nota logo após o anúncio do governo federal com críticas à abordagem do programa. A MP não tem definições claras de termos como \”energia limpa\” ou \”eficiência hídrica\”, aponta a entidade. Há ainda a ausência de regras sobre extrativismo mineral, destinação de resíduos eletrônicos e responsabilidade no ciclo de vida de equipamentos como processadores (GPUs), baterias e servidores.
Na divulgação da medida provisória do Redata, o governo federal informa que os critérios de sustentabilidade \”serão definidos em regulamentação nos próximos meses\”.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse que o data center que vier a ser fixado no Brasil deverá ser reconhecido como \”data center verde\”. \”Há outros países que têm grandes volumes de energia dedicados a data centers, que acabam usando queima de carbono, por exemplo, para rodar os seus data centers. Não vai ser o caso do Brasil, onde a gente consegue usar energia limpa, energia renovável, para que os data centers funcionem\”, argumentou.
Tecnologia
OpenAI disponibiliza controle de pais no ChatGPT a partir desta segunda (29)


PELOTAS, RS (FOLHAPRESS) – A partir desta segunda-feira (29), a OpenAI disponibiliza controles parentais para o ChatGPT na web e em dispositivos móveis. A implementação havia sido anunciada no início de setembro após uma ação judicial movida pelos pais de um adolescente que cometeu suicídio nos Estados Unidos depois que o chatbot da startup de IA (inteligência artificial) supostamente o treinou sobre métodos de automutilação.
A empresa disse em comunicado que os controles permitirão que pais e adolescentes vinculem contas para garantir mais proteção aos usuários. Segundo a OpenAI, pais poderão definir horários específicos de uso, reduzir a exposição a conteúdo sensível, controlar se o ChatGPT lembra de conversas anteriores e decidir se as conversas podem ser usadas para treinar os modelos da empresa.
Os pais também poderão definir horários de silêncio que bloqueiam o acesso em determinados momentos e desabilitam o modo de voz, bem como a geração e edição de imagens, informou a OpenAI. No entanto, os pais não terão acesso às transcrições das conversas dos adolescentes, acrescentou a empresa.
Em casos raros em que sistemas e revisores treinados detectam sinais de um risco sério à segurança, os pais podem ser notificados apenas com as informações necessárias para dar suporte à segurança do adolescente, disse a OpenAI.
A OpenAI acrescenta que contas de adolescentes vinculadas a de seus pais terão automaticamente mais proteções, como redução de conteúdo gráfico, desafios virais, interpretação de papéis sexuais, românticos ou violentos e ideais extremos de beleza. Os pais podem desativar essa configuração, mas os usuários adolescentes não.
A empresa também anunciou que está construindo, para os próximos meses, um sistema de previsão de idade que ajudará a prever se um usuário tem menos de 18 anos para que o ChatGPT aplique automaticamente configurações adequadas para adolescentes.
“Este é um passo importante, mas nosso trabalho não está concluído. Continuaremos a investir em recursos que ajudem pais e adolescentes a usar o ChatGPT com segurança e confiança, e compartilharemos nosso progresso”, diz o comunicado da OpenAI.
Os reguladores dos EUA estão monitorando cada vez mais as empresas de IA em relação aos potenciais impactos negativos dos chatbots. Em agosto, a Reuters noticiou que criações de IA da Meta permitiram conversas “sensuais” de bots com crianças.
A Meta também anunciou novas proteções para adolescentes em seus produtos de IA no mês passado. A empresa disse que treinará os sistemas para evitar conversas que envolvam temas amorosos e discussões sobre automutilação ou suicídio com menores, além de restringir temporariamente o acesso a certos personagens de IA.
COMO UTILIZAR
A empresa afirmou que para configurar os controles parentais, um pai ou responsável precisa enviar um convite ao adolescente para conectar as contas. Depois que o adolescente aceita, o pai pode gerenciar as configurações a partir de sua própria conta. Os adolescentes também podem convidar um pai para se conectar.
Uma vez vinculados, a empresa diz que os pais poderão personalizar a experiência de seus adolescentes no ChatGPT em uma página de controle simples nas configurações da conta. Se um adolescente desvincular sua conta, seu pai será notificado.
Tecnologia
Celular roubado: como proteger seus dados antes e depois do crime

Ninguém sabe quando pode ser vítima de um assalto e perder o celular, mas é possível adotar algumas medidas de prevenção para minimizar os prejuízos. Com cada vez mais funções centralizadas no aparelho, como acesso a bancos, redes sociais, e-mails, contatos e senhas, a perda ou roubo pode expor informações pessoais e profissionais sensíveis.
Além do impacto financeiro, o roubo de celulares no Brasil tem sido acompanhado de fraudes e golpes, como transferências bancárias via PIX, uso de aplicativos de mensagens para pedir dinheiro a contatos e até clonagem de chips. Por isso, proteger o dispositivo e agir rapidamente em caso de furto é essencial.
O que fazer antes do roubo
Ative a autenticação em dois fatores em aplicativos de bancos, e-mail e redes sociais.
Utilize um gerenciador de senhas para criar combinações seguras e difíceis de adivinhar.
Configure alertas de login e acesso em seus serviços digitais.
Faça backups regulares das informações, de preferência em nuvem.
Ative funções de rastreamento, como Buscar iPhone no iOS ou Encontrar meu dispositivo no Android.
O que fazer depois do roubo
Bloqueie o celular imediatamente por meio das ferramentas oficiais, como iCloud ou Google.
Troque todas as senhas de serviços usados no aparelho, priorizando aplicativos de banco e e-mail.
Entre em contato com a operadora para bloquear o chip e evitar clonagens.
Registre boletim de ocorrência, já que muitos bancos exigem o documento em casos de fraude.
Avise familiares, amigos e colegas de trabalho para ficarem atentos a mensagens suspeitas.
Notifique seu banco e, se possível, peça o bloqueio preventivo de transações até garantir a segurança.
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, só em 2024 foram registrados mais de 300 mil roubos e furtos de celulares no estado. Em nível nacional, o Brasil lidera o ranking mundial de fraudes digitais relacionadas a dispositivos móveis, de acordo com levantamento da empresa de cibersegurança Kaspersky.
Tecnologia
Algoritmo do TikTok será “100% MAGA”, diz Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na semana passada uma ordem executiva que garante a permanência do TikTok no país. Durante o anúncio, ele brincou que tornaria o algoritmo da plataforma “100% MAGA”, sugerindo que poderia favorecer conteúdos alinhados ao seu governo.
Trump afirmou que “todos serão tratados de forma justa” com a conclusão do acordo, que dará aos EUA total controle sobre o que é exibido aos usuários da rede social. Apesar do tom de brincadeira, críticos temem que o TikTok passe a privilegiar conteúdos de viés conservador.
Segundo o site Ars Technica, a participação da Oracle e o apoio da família Murdoch, dona da Fox News, levantaram dúvidas sobre a neutralidade da plataforma. Analistas já comparam a operação à compra do Twitter por Elon Musk, que transformou a rede social no atual X.
De acordo com a Associated Press, a Oracle será responsável por supervisionar o algoritmo e a segurança do TikTok nos EUA. O vice-presidente J.D. Vance afirmou que o novo acordo garante que investidores americanos terão controle total sobre o sistema da rede social.
Trump também destacou que Oracle, Dell e o grupo de mídia de Rupert Murdoch integrarão o conselho da nova empresa americana do TikTok, na qual a ByteDance, empresa-mãe chinesa, terá participação reduzida a no máximo 20%.
O negócio ainda não foi finalizado, mas a proposta prevê que investidores norte-americanos fiquem com até 80% do controle. Washington alega que a mudança é essencial para a segurança nacional, sob o argumento de que o algoritmo do TikTok pode ser manipulado por autoridades chinesas para influenciar o conteúdo de forma imperceptível.
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