Após a mesa de negociação entre o governo Lula (PT) com professores e técnicos administrativos que atuam em instituições federais de ensino na última sexta-feira 19, os profissionais indicaram que a manutenção da paralisação.
O motivo é a falta de previsão de reajuste salarial neste ano, que, segundo o governo, não deve acontecer por falta de espaço orçamentário.
“As falas foram de indignação quanto ao reajuste 0% para 2024. As entidades farão reuniões com suas bases, mas a palavra de ordem é que a greve continua!”, definiu a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil, na noite de sexta-feira 19, após a reunião.
Cabe frisar, que uma nova decisão sobre os reajustes indicados pelo governo serão debatidos em uma assembleia das categorias, que deve acontecer até a próxima quarta-feira 25. No entanto, até que haja uma decisão, a greve se mantém.
“O ano de 2024 permanece no prejuízo”, avaliou o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), em comunicado publicado depois da negociação.
A reunião aconteceu em Brasília com lideranças sindicais e representantes do Ministério da Gestão e da Inovação.
Para o sindicato, a negociação demonstra um tímido avanço na discussão e aponta que a mobilização pode gerar novas conquistas para a categoria. “A greve da educação fez o Governo se movimentar de uma inércia de meses. Encontrou mais espaço no orçamento e atendeu pedidos que há muito vinham sendo pleiteados pela categoria docente, que sequer arranhavam o erário”, disse Gustavo Seferian, presidente do Andes.
Entenda
Ao menos 21 instituições federais estavam paralisadas desde segunda-feira 15 até a sexta-feira 19 e outras 11 indicaram que vão parar as atividades nos próximos dias.
Os professores reivindicam reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% — a primeira ainda para este ano e as outras para 2025 e 2026. Além de alocação de um orçamento público adequado para universidades e institutos federais e a reestruturação da carreira docente.
A proposta do governo, no entanto, se restringiu a um acréscimo de 9% a partir do ano que vem. Em 2024, o reajuste para a categoria seria zero.
Confira a proposta:
- 9% de reajuste salarial em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026;
- reajuste do auxílio-alimentação, de R$ 658 para R$ 1.000;
- reajuste do auxílio-saúde per capita, de R$ 144,38 para cerca de R$ 215;
- reajuste do auxílio-creche, de R$ 321 para R$ 484,90;
- o percentual de diferença salarial sairia de 4% para 4,5% nos casos de progressão de carreira.
Conforme citado, uma nova posição das categorias deve ser definida até quarta-feira 25.