O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (22), que se harmonizar a política fiscal com a monetária, se cria as condições no país para realizar os cortes de juros. Ele reconheceu que o país ainda está “num campo muito restritivo de política monetária”, mas que a inflação é uma “das mais baixas da história”.
“Eu continuo acreditando que é possível harmonizar a política fiscal e monetária para o bem do Brasil. Acredito piamente que se continuar havendo um diálogo profícuo e respeitoso com os técnicos do Tesouro e do Banco Central em proveito de uma agenda econômica sustentável, nós todos vamos ganhar com isso”, disse.
Em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Haddad pontuou não entender o “ruído” que está acontecendo sobre a queda dos juros e que isso “não está fazendo bem para a economia brasileira e não tem amparo nos dados”.
De acordo com o ministro, os ruídos que aparecem de um mês para cá, vão desaparecer porque foram “patrocinados” e “não são reais”. “Tem alguém com interesses por trás disso”, pontuou.
Na última reunião do Copom, ocorrida no dia 8 de maio, os diretores se dividiram entre um corte de 0,25 ponto percentual e 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros.
Os diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votaram por um corte maior, enquanto os outros membros do comitê e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chancelaram o número menor, definindo a taxa em 10,50% ao ano.
Após a publicação do comunicado da autarquia, analistas de mercado começaram a ponderar uma possível politização do comitê após o fim do mandato de Campos Neto ainda este ano.
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