“As chuvas seguidas que dão aqui na redondeza estouram os riachos. Um aqui pela rua Arroio Grande e outro pela rua Gramado. Eles se juntam bem aqui na minha esquina”, descreve Fernando. Parte do local já havia desmoronado no início do mês.
Não foi a primeira vez, no entanto, que sua família viu uma enchente. A grande questão, desta vez, é que o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) fazia um trabalho na calçada do local, o que teria tornado o piso mais arenoso. “Em janeiro, eles vieram e deixaram um buraco aberto. Abri um protocolo, mas chegou nesse ponto”, afirma. O Dmae foi consultado pela reportagem e aguarda um posicionamento sobre o assunto.
Fernando havia feito uma loja menor ao lado do prédio da esquina, porém a correnteza da chuva desta quinta rachou também a parede da estrutura. “A próxima etapa é cair aquela parte ali”, lamenta, contando que o negócio está na família há 50 anos e que ele é a quarta geração à frente da administração.
A avenida Otto Niemeyer foi muito mostrada em emissoras de TV e em redes sociais nas últimas horas. O volume de água era impressionante, o que fez, inclusive, que alunos de uma escola infantil tivessem de ser resgatados de barco pela polícia.
Na manhã desta sexta-feira (24), no entanto, a água já havia secado, restava apenas muita lama. Vitor Neivert, dono de uma funilaria na Otto também, não teve sua loja afetada por ser mais acima da via.
“O que transbordou foi a chuva, pois está tudo com muita caliça neste arroio”, justifica o empresário.