Mais verde, com hortas, painéis solares e acessibilidades, são algumas das ideias que os alunos do 2.º ciclo desenharam para uma escola ideal.
Rios no recreio ou nas áreas envolventes à escola e que permitem a produção de energia hídrica. Mais painéis solares para garantir a autonomia energética dos edifícios. Telhados verdes e mais espaços com árvores e flores. Hortas biológicas de onde se retiram os vegetais e frutos – mais saudáveis – para as refeições na cantina. Rampas para ajudar os meninos de cadeiras de rodas ou canadianas a chegarem a todo o lado. E até um parque de diversões construído com material reciclado. Se os alunos do 5.º e 6.º ano pudessem intervir nas suas escolas, estas eram algumas das mudanças que fariam em nome da sustentabilidade e da paisagem.
Estas ideias fazem parte das cerca de 50 propostas enviadas para o concurso “Ideias para um território sustentável”, promovido no âmbito do Programa Paisagem e Arquitetura Sustentáveis (PPAS) sob o lema compreender e transformar o espaço à nossa volta.
Os prémios serão entregues durante o Evento Nacional do PPAS, que se realiza a 28 de maio na Casa da Arquitectura, em Matosinhos. Os vencedores frequentam o 5.º ano na Escola Básica Ferreira de Castro, em Mem Martins.
O PPAS, que se implementou no âmbito da Plano Nacional de Arquitetura e Paisagem (PNAP), visa promover a educação para a sustentabilidade, através da arquitetura e da paisagem, enquanto forma de capacitar as novas gerações para compreender e enfrentar os desafios ambientais atuais e futuros.
Durante o ano lectivo 2023-2024, uma equipa multidisciplinar, que envolve elementos da Ordem dos Arquitectos, da Direção Geral do Território, Património Cultural, I.P., Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas e do gabinete FaJúnior (da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa), desenvolveu ações de formação a professores do 2.º ciclo, mas também aberto a outros níveis de ensino, disponibilizou recursos educativos online (manual e banco de atividades a desenvolver com as crianças).
Foram também realizados workshops com alunos de cinco escolas de norte a sul de Portugal Continental: Escola Básica Irene Lisboa (Porto), Escola Básica Ferreira de Castro (Sintra), Escola Básica Padre José Agostinho Rodrigues (Alter do Chão), Escola Básica Tecnopólis (Lagos), Escola Básica Padre António Lourenço Farinha (Sertã). Através de actividades criativas em sala de aula e de reconhecimento da zona envolvente à escola, foram introduzidos conceitos da arquitectura, paisagem, património, sensibilizando para a responsabilidade que cada um tem para um território com maior qualidade e sustentável.
O PPAS tem a ambição de abranger toda a comunidade escolar.
Este programa é financiado pelo Fundo Ambiental e tem como parceiros a Direção Geral de Educação e a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares. Conta igualmente com o apoio de Fundação Serra Henriques, Museus e Monumentos de Portugal, Parques Sintra, Casa da Arquitectura e Câmara Municipal de Matosinhos.
Evento de balanço já esta terça-feira
O balanço deste primeiro ano do PPAS será realizado hoje, durante o Evento Nacional. A sessão tem início às 14h, na Casa da Arquitectura, em Matosinhos, com a participação de Fernanda do Carmo (Diretora-Geral do Património), João Carlos Santos (Presidente do Património Cultural, IP), Paula Torgal (Vice-presidente da Ordem dos Arquitectos), João Cerejeiro (Presidente da Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas), João Gonçalves (Diretor-Geral dos Estabelecimentos Escolares), Margarida Louro (Professora da FAUL).
Alunos e a professora Manuela Cunha, da Escola Básica Irene Lisboa, darão também o seu testemunho sobre as ações realizadas no âmbito do PPAS. Paralelamente, serão promovidas atividades práticas, no âmbito do Manual do Programa Paisagem e Arquitetura Sustentáveis, com professores e alunos do 2º ciclo do Agrupamento de Escolas de Matosinhos, que serão expostos e poderão ser visualizados pelos diversos participantes durante o evento.
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