O presidente Lula (PT) afirmou, nesta quarta-feira 12, que, em breve, o Brasil não mais aceitará a classificação de país emergente ou em desenvolvimento. Nos próximos anos, defendeu, o Brasil deverá ser tratado como uma grande potência global. Segundo o petista, ao fim do seu mandato, o país será a 6ª maior economia mundial.
As declarações foram dadas por Lula diante de investidores da Arábia Saudita em um evento no Rio de Janeiro. Nessa ocasião, o brasileiro cobrou que os investimentos sejam feitos em áreas que promovam o desenvolvimento e não apenas na compra de matéria-prima.
“A condição de mero exportador de matérias-primas não nos convém. […] Não queremos simplesmente instalar maquiladoras. Somos perfeitamente capazes de produzir peças e componentes no país”, disse ao ler um trecho do discurso sobre o potencial de negócios envolvendo os veículos elétricos no Brasil.
Após finalizar a leitura, Lula optou por complementar as declarações com um improviso. Foi nessa ocasião em que projetou o crescimento do Brasil ao patamar de 6ª maior economia mundial ao final do seu mandato, em 2026, e explicou como pretende executar tal plano.
“Embora eu tenha trazido por escrito um discurso, eu precisava dizer algumas palavras do meu coração. Quero que saibam que o Brasil está procurando ser não mais um emergente ou país em desenvolvimento. Estamos determinados a transformar o Brasil em um país grande”, anunciou o petista no evento.
De forma breve, explicou que o seu plano passa pelo enfrentamento das mudanças climáticas, pelo uso de energias renováveis e, eventualmente, pela exploração de petróleo da margem equatorial.
“Quando se trata da questão climática e energética, digo com muito respeito aos demais, não tem nenhum país do mundo que possa oferecer a qualidade do que podemos oferecer aqui”, destacou.
“O Brasil não vai jogar fora a oportunidade de se transformar numa grande economia”, reforçou, em seguida.
Sobre a margem equatorial, Lula afirmou que a Petrobras, quando começar a exploração, se tornará uma empresa de tamanho comparável à Saudi Aramco, estatal de petróleo da Arábia Saudita e considerada a maior do ramo. A companhia estava representada no evento.
Ele alertou, porém, que o início da exploração do óleo no local ainda depende de liberações ambientais. O tema é objeto de divergência na equipe do governo. “Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, mas não vamos jogar fora nenhuma oportunidade”, insistiu o brasileiro.