Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto surge de sua implantação no ambiente. A edificação se desdobra através de uma geometria muito clara, afastando-se da concepção de uma arquitetura compacta. Essa estratégia, juntamente com a esbelta proporção da construção, permite aumentar o perímetro de contato da residência com o exterior, gerando um sistema de pátios.
Essa geometria permite contornar as árvores de grande porte existentes e abraçar os novos exemplares plantados no local. A arquitetura é criada entre o jardim, para que seja vivida como algo unitário. O projeto se adapta à topografia como uma espécie de terraço, que nos lembra das subidas de algumas ermidas. É um sistema que poderia ser ampliado, conforme exigido pelo programa da residência.
O programa principal é dividido em três andares. O superior, é onde se encontra a área noturna. Sua orientação permite olhar para o mar acima da linha das árvores. A partir deste andar, é possível acessar o terraço do térreo, este terraço é desfrutado como um belvedere sobre a paisagem. Estruturalmente, ele funciona como uma ponte entre a garagem, que se “aproxima” do limite do terreno, e o núcleo de comunicação. Dessa forma, um pórtico em sombra é gerado, convidando-nos a entrar na residência. É uma peça fechada para a rua, que proporciona privacidade ao conjunto.
As áreas de serviço deste andar são iluminadas por luz zenital, o que confere identidade ao núcleo de comunicações e ao distribuidor. O térreo é fechado a sudoeste e aberto para o mar. Nele, há uma residência completa, que pode funcionar de forma autônoma. No subsolo estão localizados usos auxiliares, as instalações gerais e um espaço multifuncional.
O projeto é traçado com uma geometria muito clara de elementos retos que se unem através de uma curva suave. Conforme palavras de Philipp Jodidio: “a Casa Sabater exibe uma intrigante dicotomia: a de uma casa branca, essencialmente minimalista, com um layout e implantação que a integra muito mais ao seu ambiente do que se poderia esperar. A combinação das influências da modernidade de Álvaro Siza e das formas esculturais de Andreu Alfaro ajuda a explicar como Casa Sabater consegue ser simultaneamente geométrica e orgânica.”