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Como Lula ‘protegeu’ Haddad no corte de gastos, segundo o número 2 da Fazenda – Economia – CartaCapital

Como Lula ‘protegeu’ Haddad no corte de gastos, segundo o número 2 da Fazenda – Economia – CartaCapital



O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta segunda-feira 2 que Fernando Haddad (PT) “nunca esteve tão forte” e que o presidente Lula (PT) decidiu “proteger” o ministro no anúncio do pacote fiscal.

O governo federal divulgou na semana passada um plano de corte de gastos, aliado a um reajuste na faixa de isenção do Imposto de Renda.

A Fazenda projeta economizar 70 bilhões de reais nos próximos dois anos e 327 bilhões até 2030. Estão na lista medidas como alterações no salário mínimo e no acesso ao abono salarial, uma nova regra de aposentadoria para os militares e um enfrentamento mais firme aos supersalários de servidores públicos.

Segundo Durigan, Lula resolveu proteger Haddad ao reunir ministros para o debate sobre o plano fiscal.

“Ele disse assim: ‘Não posso [deixar] que o Haddad anuncie medidas de revisão de gastos com o Luiz Marinho, com o Wellington [Dias], com o [Carlos] Lupi, com a Margareth [Menezes] criticando ele. Eu quero que o governo tenha unidade em tudo o que o Haddad vai dizer, do que o Haddad vai propor’”, disse o número 2 da Fazenda em um evento da XP.

Marinho, por exemplo, chegou a indicar no fim de outubro a possibilidade de deixar o governo a depender de eventuais mudanças em programas e benefícios sob o guarda-chuva do Ministério do Trabalho. Já na semana passada, ele afirmou ter sugerido que poderia colocar o cargo à disposição “se não fosse envolvido”. “Mas fui envolvido. Participei de todo o debate. Será anunciado”, acrescentou, um dia antes de Haddad divulgar o pacote.

Durigan ainda alegou que a Fazenda e a Casa Civil, sob o comando de Rui Costa (PT), estão “mais alinhadas que nunca”.

Após uma reação contrária do mercado ao anúncio das medidas, o secretário-executivo afirmou que a isenção de IR para quem ganha até 5 mil reais mensais não teria sido apresentada se não houvesse uma compensação. O Congresso Nacional só deve se debruçar sobre o tema em 2025.

O governo sustenta que a nova isenção não aumentará os gastos e que a medida será compensada com a proposta de sobretaxar quem recebe mais de 50 mil reais por mês.

“A gente apresentou para o presidente Lula as formulações possíveis para isenção dos 5 mil reais em agosto, em julho”, prosseguiu Durigan. “Quais seriam os caminhos para ele ir entendendo que, primeiro, não vamos abrir mão de receita. Não fizemos um ano de 2023 como fizemos para abrir mão de 35 bilhões de reais, que é o custo que gente avalia lá na Receita Federal.”



Fonte: Carta Capital

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