O futuro presidente do Banco Central e atual diretor de política monetária da autarquia, Gabriel Galípolo, indicou nesta segunda-feira 2 que o Banco Central não deve intervir no dólar, que enfrenta uma onda de alta desde a semana passada.
“É uma discussão que às vezes vai surgir, de que o país tem US$ 370 bilhões de reservas, por que não segura no peito? Quem está no mercado e está assistindo sabe que não é assim que funciona“, disse em um evento promovido pela XP Investimentos.
O diretor afirmou que existe a possibilidade de uma atuação do BC no câmbio apenas no final do ano, devido a um movimento sazonal de envio de dividendos para fora do País. A moeda norte-americana chegou a marca inédita de 6 reais na última semana.
Galípolo indicou ainda que a autarquia deve manter a Selic, a taxa básica de juros, elevada por mais tempo. “A economia está mais dinâmica, com desemprego em mínimos históricos e o real desvalorizado. Isso indica a necessidade de uma política monetária mais restritiva por mais tempo”, afirmou.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária, o BC decidiu elevar a taxa de 10,75% para 11,25%. Isso posiciona o Brasil com a terceira maior taxa real de juros do mundo, segundo o monitoramento da consultoria MoneYou.
Segundo um cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a nova alta representa um impacto adicional de pelo menos 26 bilhões de reais para a União.