O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) projetou, nesta terça-feira 3, um processo de acomodação na cotação do dólar, caso o Congresso Nacional seja rápido na aprovação do pacote fiscal anunciado pelo governo.
A moeda americana sobe desde a última quinta-feira 28, quando ocorreu a divulgação das medidas. Às 15h desta terça 3, avançava 0,07%, cotado a 6,074 reais.
Segundo Alckmin, há um componente externo e um interno para justificar a disparada do dólar. No plano internacional, afirmou, houve “um estresse maior”, mas seria algo transitório.
“Em relação ao componente interno, acho que vai ficar claro, se o Congresso der uma resposta rápida neste mês de dezembro aprovando as medidas para cumprir o arcabouço de déficit primário zero, aprovando as medidas que o governo encaminhou, que reduzem despesas no curto, médio e longo prazo.”
É assim que, segundo Alckmin, “devemos ter uma acomodação do dólar, com o câmbio mais baixo”.
Na segunda-feira 2, o governo Lula (PT) encaminhou ao Legislativo a segunda parte do pacote de corte de gastos. A Proposta de Emenda à Constituição trata de impedir os supersalários, promove mudanças no Fundo Constitucional do Distrito Federal e define o teto de um salário mínimo e meio para quem poderá receber o abono salarial até 2030.
O Palácio do Planalto enviou ao Congresso duas outras propostas na sexta-feira 29: um projeto de lei ordinária e um projeto de lei complementar. Eles preveem um pente-fino em benefícios, a adoção do cadastro biométrico, a adaptação das despesas ao arcabouço fiscal e uma mudança nas regras de reajuste do salário mínimo.
Resta mandar aos parlamentares a proposta sobre alterações na aposentadoria dos militares.
Com o plano de corte de gastos, o Ministério da Fazenda projeta economizar 70 bilhões de reais nos próximos dois anos. Até 2030, a meta é poupar 327 bilhões.