As mudanças no regime de trabalho remoto, propostas pela direção da Petrobras no início de janeiro, levaram os petroleiros a aprovarem estado de greve após assembleias realizadas pela FUP e pela FNP, federações que representam a categoria. Dezenas de funcionários também fizeram uma manifestação em frente ao prédio da estatal, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira.
O desenho apresentado pela petrolífera previa a redução do home office de três para dois dias por semana a partir de abril, o que inclui funcionários concursados e cargos de confiança. Os gerentes da estatal já trabalhavam de forma presencial desde setembro passado. A exceção é para colaboradores com deficiência ou pais de pessoas com deficiência que aderiram ao teletrabalho.
Na prática, o estado de greve significa que o trabalhador pode entrar em greve a qualquer momento, sem a necessidade de novas assembleias. Já se reuniram as entidades sindicais de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Brasília e Espírito Santo. A expectativa é que outros estados também devam aderir até esta sexta-feira.
Com a manifestação na manhã desta quinta-feira, a Petrobras suspendeu a reunião que realizaria com entidades sindicais para tratar das alterações na escala do teletrabalho poucos antes da hora marcada. A estatal justificou à FUP que o cancelamento do encontro se deveu ao que chamou de “transtornos gerados pelos atos dos petroleiros” no Rio.
O movimento sindical defende que as regras do teletrabalho sejam estabelecidas por meio de negociações coletivas com os sindicatos, garantindo que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. Além disso, defendem que haja diálogo aberto sobre as condições de trabalho, inclusive com a inclusão do tema como cláusula do Acordo Coletivo de Trabalho.
“Lamentamos essa atitude da empresa e seguiremos juntos na luta, respeitando as assembleias que estarão concluídas a partir de amanhã pelos sindicatos filiados da FUP, aprovando o estado de greve e mobilizações em defesa do teletrabalho”, afirmou Cibele Vieira, diretora da FUP. “Queremos uma regra coletiva, para avançar e não retroceder”.