O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu que está “um pouquinho” preocupado com eventual aumento da inflação. A tensão é decorrente das condições climáticas difíceis, com seca e ondas de calor, que podem ter impacto na produção de insumos e, ainda, fazer com que sejam acionadas usinas térmicas, que aumentam o custo da energia.
“Estamos acompanhando a evolução dessa questão climática, e o efeito do clima sobre preços de alimentos e eventualmente preços de energia faz a gente se preocupar um pouco com isso”, reconheceu o ministro a jornalistas nesta quarta-feira 11.
Haddad, porém, voltou a afirmar que espera que o Banco Central (BC) não determine um aumento nos juros como resposta a eventual pressão inflacionária. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nas próximas terça e quarta-feira, 17 e 18, para decidir sobre a taxa Selic.
“Essa inflação advinda desses fenômenos [climáticos] não se resolve com juro. Juro é outra coisa. O Banco Central está com um quadro técnico bastante consistente para tomar a melhor decisão, e nós vamos aguardar o Copom da semana que vem”, apontou.
O ministro celebrou, ainda, os resultados recém-divulgados do setor de serviços, que, pelo segundo mês consecutivo, teve alta e recorde de melhor resultado na série histórica. A alta de 1,2% em julho foi confirmada nesta quarta, e é mais um fator que faz o governo considerar a possibilidade de alta superior a 3% no Produto Interno Bruto (PIB) no fim deste ano.
“O crescimento está consistente e com foco no investimento. Essa evolução dos serviços, que saiu hoje, pelo que a Secretaria de Política Econômica está avaliando, tem muito a ver mais com investimento do que com o consumo das famílias. É um dado consistente, positivo para o crescimento do PIB”, destacou.