“Parece cena de filme pós-apocalíptico”. Era assim que muitos que passavam pelo Centro Histórico de Porto Alegre na manhã deste sábado (18) se referiam à situação do principal polo comercial da capital gaúcha que, aos poucos, tenta se reestruturar depois da cheia histórica do Guaíba.
Na rua dos Andradas, era visível, em paredes e muros, as manchas que marcavam onde o nível do Guaíba havia chegado. Um dos locais onde isso se mostrava mais presente era na rosada pintura externa da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), um dos mais simbólicos pontos turísticos da Capital.
Além disso, peixes mortos, árvores caídas, estátuas manchadas e, até mesmo, a cabeça de um boneco no meio da rua, assustavam os moradores e trabalhadores da região. Um artista de rua, que não se identificou, ao olhar para o trabalho realizado por profissionais do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), questionava-se sobre o grau de dificuldade que seria reconstruir o Centro Histórico. “Isso é só o começo, a prefeitura vai precisar, depois que tirar os lixos, achar alguma maneira de realmente lavar o Centro. Está catastrófica a situação”, destacou.
Além de aspectos visuais, o forte odor do local também não passa despercebido. Assim como em outras regiões em que o Guaíba chegou, o lodo nos pisos torna quase que insuportável uma permanência prolongada.
Confira imagens da rua dos Andradas na manhã deste sábado (18)
A CCMQ foi um dos pontos onde a água baixou no Centro. Imagens: Nathan Lemos/JC
No local, é possível ver diversos itens pelo chão
Na Praça da Alfândega, equipes de limpeza trabalhavam na manhã deste sábado
Apesar da água ter baixado, em alguns pontos ainda há alagamentos
Imagens: Nathan Lemos/JC