Aliados do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) travaram seu primeiro embate na terça-feira (10), disputando forças em relação à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a tentativa de votar o projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 dividiu os grupos de Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA), de um lado, e Hugo Motta (Republicanos-PB), de outro.
Enquanto Elmar e Brito, com o apoio do PT de Lula, buscaram impedir a votação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, Hugo Motta, alinhado aos bolsonaristas, trabalhou para aprovar a proposta.
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Com apoio de alas do União Brasil e do PSD, parlamentares da base aliada do governo conseguiram adiar o avanço da tramitação do projeto. A deputada Caroline de Toni (PL-SC), presidente da comissão, anunciou que a reunião do colegiado seria encerrada por causa do início da sessão deliberativa no plenário da Câmara. O regimento interno da Casa não permite o funcionamento de comissões durante as sessões deliberativas em plenário.
Uma nova sessão da CCJ foi, então, convocada para esta quarta-feira (11). Ainda não se sabe se a discussão sobre a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro será incluída na pauta.
Sucessão na Câmara dos Deputados
A anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 vem sendo usada como uma espécie de “moeda de troca” por parlamentares da oposição, que entendem que a chancela ao projeto é condição essencial para que eles apoiem os candidatos à presidência da Câmara dos Deputados.
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A eleição da Mesa Diretora da Casa acontecerá em fevereiro de 2025. O próprio relator, deputado Rodrigo Valadares, afirmou publicamente, em entrevista à GloboNews, que dificilmente os partidos de direita e que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro votarão em um candidato à presidência da Câmara que não endosse a anistia.
Hugo Motta é o que, por ora, tem mais chance de obter o apoio de Lira. Ele busca também o aval de Lula e de Bolsonaro, já tendo se reunido com ambos.
Antonio Brito e Elmar Nascimento, porém, não aceitam abrir mão de suas candidaturas e contam com o aval de suas respectivas legendas, hoje na base do presidente Lula.
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No dia 8 de janeiro de 2023, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Os atos de vandalismo foram praticados em função da não aceitação do resultado eleitoral, com a vitória de Lula – que havia tomado posse apenas uma semana antes, em 1º de janeiro.