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Com a vida estabelecida nos Estados Unidos, Carlos não estava em busca de um imóvel no Brasil. Mas quando surgiu a oportunidade, juntou elementos fortes de seu contexto atual. Aos 63, quer ver mais os pais, que moram em São Paulo. “Além disso, tenho 38 pares de sapatos, mas estou sempre de chinelos, gosto de calor. Fujo de Nova York no frio”, conta. Assim, esse pied-à-terre o encontrou: em um edifício projetado por João Artacho Jurado em 1954, estava fechado havia anos, ansioso por uma reforma. Carlos encarou a renovação por dois anos e meio, com suporte de uma equipe de engenharia. “Fiz sozinho, sem arquiteto, foi o grande erro da minha vida. Gastei três vezes mais, refiz muito. É um prédio velho, tudo é uma tragédia. Em compensação, o apartamento ficou a minha cara”, diz, sem reservas. Apenas a cozinha leva projeto de Arthur Casas, presente de amigo. No mais, desejava a liberdade de expressar sua personalidade. “Sempre comecei pelo fim. Neste trajeto queria evitar uma estrada que me leve aonde não quero chegar.”
