Em agosto deste ano, as casas de apostas online abocanharam ao menos 3 bilhões de reais de beneficiários do Bolsa Família. É o que aponta um relatório do Banco Central sobre o mercado das ‘bets’ no Brasil.
No universo de 5 milhões de pessoas que recebem o benefício, a média gasta por apostador foi de 100 reais. Desse grupo, 4 milhões (70%) são chefes de família, ou seja, quem de fato recebe o auxílio, e juntos eles enviaram 2 bilhões de reais (67%) diretamente para as bets.
Os dados foram solicitados ao Banco Central pelo senador Omar Aziz (PSD-AM). O estudo mapeia o perfil de quem está apostando e de onde vem o dinheiro.
Cerca de 24 milhões de brasileiros participaram dos jogos de azar e apostas virtuais nesse período, realizando ao menos uma transferência via Pix para as plataformas de apostas, alcançando um gasto estimado entre 18 e 21 bilhões de reais.
O Banco Central estima que 15% desse valor ficou com as empresas de apostas, enquanto o restante voltou para os apostadores como prêmios. No entanto, o BC alerta que essa retenção pode estar subestimada, já que o estudo considerou apenas as transações feitas via Pix, ignorando outras formas de pagamento, como cartões de crédito e transferências bancárias.
O perfil de quem aposta
A maioria dos apostadores brasileiros tem entre 20 e 30 anos, mas as movimentações são feitas por indivíduos de diferentes faixas etárias. O estudo revelou também que, quanto mais velho o apostador, maior o valor médio transferido. Os mais jovens gastam em média 100 reais por mês, enquanto entre os mais velhos o valor ultrapassa os 3 mil mensais, segundo dados de agosto de 2024.
O Banco Central conclui que o estudo confirma uma tendência observada em outros levantamentos: as famílias de baixa renda são as mais impactadas pelas apostas esportivas.