Apelidada de Bienal do Deserto, a exposição se conectou aos princípios da land art, movimento artístico surgido nos anos 1960 conhecido por reforçar a ligação entre a arte e o ambiente ao redor, extrapolando espaços convencionais de galerias e museus. Em sua terceira edição, que esteve em cartaz até 23 de março, a mostra apresentou obras comissionadas de 16 artistas, entre eles a brasileira Karola Braga, primeira latino-americana a fazer parte do evento. O olhar nacional esteve também na curadoria, assinada por Marcello Dantas, ao lado da libanesa Maya El Khalil, sob o tema “Na Presença da Ausência”. Os trabalhos site-specific desenvolvidos pelo elenco orbitaram em torno da ideia do invisível e da vida que habita os espaços muitas vezes tidos como vazios, como os próprios desertos. Encorajados a envolver-se com o que não é imediatamente aparente, os artistas encenaram novos encontros com a paisagem, imaginando perspectivas alternativas e reflexões sobre as forças e atmosferas imperceptíveis do tempo, do vento, da luz, dos fluxos da história e dos mitos entrelaçados do lugar.