- Área:
938 m²
Ano:
2023
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Escola de Línguas Estrangeiras de Xangai, afiliada ao SISU, é considerada uma “escola dos sonhos” pelos pais de Xangai. Localizada na área urbana antiga do Distrito de Hongkou, em Xangai, a escola se destaca não apenas pela proximidade com o anel interno elevado e a linha do metrô 3 para o sudeste, mas também pela vizinhança com antigas comunidades em processo de renovação para o sudoeste. Esse cenário apresenta desafios como irregularidade de terreno, interfaces complexas e alta densidade de construção. Existem três desafios principais no projeto de renovação do campus: complexidade e dificuldade, tamanho reduzido do projeto e tempo limitado de construção. Essas características frequentemente tornam difícil o controle da qualidade do projeto e da construção.
Nos últimos três anos, o A.C.R.E Atelier tem mantido seu compromisso de transformar o zero em totalidade, avançando gradualmente na concepção do prédio de ensino, do playground subterrâneo, do pódio, da loja de lembranças, entre outros. Esses elementos estão sendo integrados para formar uma área central de atividades no campus, impulsionando assim o crescimento orgânico da instituição de forma gradual e harmoniosa.
Atualizando: Construir um “edifício estreito”. A fachada oeste do prédio do laboratório, que passou por várias reformas nos últimos 20 anos, apresentava uma “composição complexa” artificial de pedra e paredes de vidro, e as quilhas verticais com um espaço de 0,9 metros tornavam o ambiente fechado. Não haviam janelas de ventilação suficientes no calor do verão, e a largura de evacuação é apenas de 1,1 metros, tornando o espaço apertado e sem espaço para descanso. A sala multiuso no quarto andar estava desatualizada, com equipamentos inadequados e proteção contra incêndio insuficiente para atender aos conceitos e atividades de ensino cada vez mais inovadores da escola.
O lado oeste do prédio do laboratório costumava ser um gramado, uma área pouco utilizada no campus. Com uma largura de 4 metros, surgiu a oportunidade para construção. Optamos por abandonar a renovação convencional e construir um prédio ultrafino e independente, com 4 metros de largura e 19 metros de altura. Esse novo prédio foi posicionado de forma natural ao lado oeste do edifício antigo. No térreo, há um espaço aberto, enquanto o espaço cinza sob os beirais do primeiro andar foi transformado em uma parede de tela para a entrada do prédio antigo.
A estrutura independente libera o espaço de acordo com o código sísmico [O prédio do laboratório foi construído antes da implementação do código sísmico (2013). Contudo, se apenas mudanças estruturais parciais fossem feitas durante a atualização, a estrutura geral também precisaria ser reforçada conforme o novo código, o que teria um impacto significativo no orçamento deste projeto]. Agora, o espaço da escadaria não está mais limitado ao formato de dupla circulação. Foi transformado em um espaço contínuo que circunda as duas paredes. A escada funcional se tornou um corredor “possível, visível e transitável”, proporcionando uma experiência poética no tráfego das atividades diárias, assemelhando-se a um passeio pela paisagem com uma vista distante da montanha.
Ao adentrar o auditório através de uma porta inspirada nas pinturas de Joan Miró (1893-1983), o forte contraste entre os dois espaços revela uma “transparência” na relação entre o novo edifício estreito e o antigo – uma interação entre o novo espaço suspenso no ar e o antigo espaço sobreposto. Tanto o espaço estreito quanto o espaço do auditório refletem o desejo dos arquitetos de alcançar “uma situação de interpenetração sem a destruição visual mútua”. A área auxiliar do auditório (sala de equipamentos de projeção) está situada no quarto andar do prédio estreito, uma área que não é visível na fachada. Em outras palavras, o bloco semi-transparente em forma de mirante no quarto andar do prédio estreito oferece um espaço funcional auxiliar na direção do palco, revelando uma nova perspectiva de todo o edifício experimental.
Inovação em Materiais. A “transparência” na arquitetura contemporânea muitas vezes é associada a paredes de vidro que consomem muita energia. No entanto, essas paredes são proibidas pelo Código de Design de Escolas Primárias e Secundárias de serem usadas acima do primeiro andar devido ao risco de queda. Como resultado, é um desafio fornecer espaços transparentes, protegidos do sol e da chuva, e ventilados naturalmente durante a renovação do campus. No projeto do vestíbulo vertical, inicialmente buscamos uma abordagem completamente aberta, mas o diretor enfatizou repetidamente a necessidade de proteção contra a chuva. Contudo, não queríamos que o espaço fosse completamente fechado a ponto de requerer a instalação de recursos que consomem energia, como ar-condicionado e equipamentos de ar fresco.
Inspirado na arquitetura tradicional de Jiangnan na China, o projeto adaptou a estrutura de suporte das janelas para criar um “beiral de vento e chuva” extremamente leve. Optamos por utilizar uma membrana ETFE semi-transparente para o telhado, com espessura de apenas 0,25 mm e peso de 450 gramas por metro quadrado, focando principalmente na resistência às cargas de vento. Essa escolha conferiu ao “beiral de vento e chuva” uma aparência leve e fluida. Além disso, as janelas basculantes empilhadas foram projetadas para maximizar a proteção contra chuvas. O uso desse novo material proporciona uma sensação futurística e inovadora às janelas basculantes tradicionais, criando sensações visuais delicadas sob diferentes perspectivas e iluminação. A rica transparência do ambiente proporciona aos alunos um espaço mais convidativo, aumentando as oportunidades de interação e comunicação entre eles.