O presidente Lula (PT) defendeu nesta sexta-feira 26 a necessidade de o Brasil ter uma indústria de defesa forte, não como preparação para uma guerra, mas para viabilizar um ambiente de paz.
A declaração foi proferida em visita ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, do Comando da Aeronáutica, em São José dos Campos (SP).
“Nós precisamos ter uma indústria de defesa muito forte para que a gente não fique dependendo de ninguém. Um país do tamanho do Brasil não pode ficar dependendo de tecnologias de países inferiores ao Brasil”, disse o petista.
Na plateia estavam militares da Aeronáutica e alunos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica.
“Nós temos que criar tudo o que for possível criar para, em vez de a gente ser dependente, as pessoas ficarem dependentes de nós. É esse aviso que eu queria dar para vocês. Nós temos condições de ser uma grande nação na área da defesa para construir a paz, não para fazer guerra.”
Segundo Lula, a partir da indústria de defesa o País pode elaborar projetos científicos e tecnológicos em outros ramos. Ele também defendeu a importância de investir em ciência e tecnologia.
Tramita no Congresso Nacional uma proposta de emenda à Constituição que turbina o orçamento das Forças Armadas. A PEC, de autoria do senador Carlos Portinho (PL-RJ), está na Comissão de Constituição e Justiça e aguarda a escolha de um relator.
Segundo o texto, o governo federal deve partir de 1,2% do PIB para o orçamento de defesa e, a cada ano, aumentar em pelo menos 0,1% o repasse, até atingir o índice mínimo de 2%.
Em 17 de abril, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, pediu o apoio do Congresso para aprovar a proposta.
“O que eu mais precisava de ajuda dos senhores era a PEC da previsibilidade. Acho que 2% é muito grande, visto que nós não temos conflitos. A Ucrânia deve ter todo o orçamento em guerra, os países em conflito todo o orçamento em equipamento de defesa, mas no nosso caso precisamos apenas manter a integridade de nossas Forças para uma eventual necessidade de elas serem usadas com dignidade, que é o que nós merecemos”, afirmou o ministro.