Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa tem mais níveis e janelas do que uma casa típica em circunstâncias semelhantes normalmente teria. De uma perspectiva externa, a casa é ao mesmo tempo muito maior e muito menor do que o esperado. O ritmo rígido de pequenas aberturas encontra um interior ordenado, onde os espaços de convivência se desdobram à esquerda e à direita a partir da escada central. No interior, um sistema de níveis divididos é disfarçado entre as espessuras das lajes que desaparecem entre as janelas. Dentro do perímetro externo, nenhuma das paredes permanece opaca; em vez disso, uma sequência de paredes transversais de tijolos de vidro em todos os níveis divide os espaços e, ao mesmo tempo, permite uma visão borrada de um para o outro. No último andar, os espaços principais se encontram aninhados sob um teto abobadado – a única exceção dentro do sistema rigoroso.
A malha da fachada, a estrutura da planta e o sistema espacial geral dependem uns dos outros, como um dispositivo paramétrico. Cada elemento do sistema é universal e repetido inúmeras vezes, seja uma parede, uma porta, uma janela ou um corrimão. As métricas dos diferentes materiais (tijolo de vidro de 20×20 cm, ladrilhos de mármore de 30×30 cm etc.) contribuem para o conjunto insano de regras que tornam cada cômodo idêntico e estabelecem relações uniformes entre os programas e as transições entre o interior e o exterior. Todas as decisões que se seguiram, práticas, éticas ou estéticas, e até mesmo a habitação que ocorre hoje, resultam e contribuem para essa realidade abstrata, porém muito tangível.
A casa é um teorema aplicado. Sua “habitabilidade” não é fácil de ser apreendida, obrigando o morador a descobri-la e até mesmo forçá-la na construção que resultou do conjunto de regras predeterminadas que compuseram o projeto. O projeto está mais próximo de ser uma equação matemática em forma física do que uma casa.