Casa Galvão / Atelier Cais
Ano:
2021
Descrição enviada pela equipe de projeto. Do lote existente, correspondente a uma metade de um quarteirão quase na sua totalidade com construções devolutas, no coração do bairro de Belém, em Lisboa, fazia parte um conjunto de três edifícios pré-existentes, díspares em uso, volumetria e acabamentos de fachada e com frentes de rua para a rua das Terras – Norte -, Travessa do Galvão – Sul – e Largo do Galvão – Este.
O projeto teve como premissa inicial a requalificação dos dois edifícios habitacionais pré-existentes de apenas um piso e a demolição total do edifício armazém no canto Norte do conjunto, em elevado estado de degradação. O programa pretendido pelo Dono de Obra era um conjunto de 4 habitações unifamiliares autónomas, com a maior otimização de área e luz possíveis, sem prejuízo da equilibrada inserção urbana no conjunto edificado.
O projeto consistiu assim na ampliação vertical do edifício de gaveto Sul (aumento de um piso superior e sótão) e na ampliação vertical e horizontal do edifício “vinhos e tabacos”, pela não só pelo também aumento de um piso superior e sótão, como pelo aumento da sua área de implantação com construção nova, no anterior lugar do armazém Norte, esta tratada com parte integrante do edifício pré-existente que se ampliava. O resultado são duas novas volumetrias equivalentes, dois novos edifícios cada um com duas habitações autónomas e ambos partindo da integração de pré-existências ao nível do piso térreo.
Os interiores das duas habitações de gaveto Sul e Norte implantaram-se tendo em conta que cada habitação dispõe de duas fachadas para iluminação e ventilação –a habitação Sul tem orientação solar Este-Sul e a habitação Norte tem orientação solar Este-Norte. As duas habitações interiores contíguas funcionam em tipologia de casa-pátio, uma vez dispondo apenas da fachada de rua Este e por isso tendo sido criados dois vazios de suporte e significado à iluminação e ventilação.
Referindo a disposição programática interna, os pisos térreos são destinados ao programa social da casa, com espaços sociais sequenciais às entradas e cozinhas ao fundo da planta, a Oeste. Na continuidade da implantação das escadas é definido um núcleo linear funcional no qual se dispõe instalações sanitárias sociais e espaços de arrumos de apoio.
O piso superior dedica-se ao domínio privado da casa, com os quartos e duas instalações sanitárias completas por habitação. O piso em sótão recebe um espaço de uso complementar e versátil, fundamental no domínio habitacional. O principal desafio que se colocou foi a unificação do conjunto projetado e sua a integração na escala urbana envolvente, a par da preservação dos elementos arquitetónicos de valor não só para o Município, como para a comunidade local.