Das cinco grandes artes descritas na teoria estética de Hegel – arquitetura, escultura, pintura, música e poesia (às quais depois seriam somados a dança e o cinema por sucessores do filósofo alemão) –, a música foi a última a fazer parte do cotidiano da casa. Na maioria das culturas do planeta, era atividade realizada e desfrutada em público, impossível de ser repetida na esfera doméstica até o advento da gravação do som, no fim do séc. 19. Sua reprodutibilidade técnica (alô, Walter Benjamin!), porém, fez da mais efêmera das artes a mais acessível, junto da poesia (ou literatura) e, posteriormente, do cinema (que, aliás, não existe sem a música). A ponto de transformar a forma como vivemos nossos lares.