Na era do empreendedorismo, os modelos educacionais são desafiados a acompanhar as novas dinâmicas do mercado, o que pode ser extremamente complexo em um cenário de acelerada transformação digital. É desse contexto que as discussões sobre a formação empreendedora se aprofundam.
Mesmo para quem não deseja ter o próprio negócio, desenvolver as habilidades necessárias a um empreendedor é algo cada vez mais relevante para alcançar boas posições profissionais. Para isso, é preciso repensar os processos de aprendizagem, considerando as demandas da atualidade.
Para falar um pouco mais sobre essa transformação do ensino, os fundadores da Startup Academy, Juliana Suzin e Alsones Balestrin, e o CEO da Atitus, Eduardo Capellari, participaram do podcast Sounds of South Summit, uma iniciativa do Jornal do Comércio em parceira com o Instituto Caldeira e a Radiativa.
Educação superior e o desafio de acompanhar as transformações
Eduardo Capellari, CEO da Atitus Educação
Habilidades e competências potencializam as chances de sucesso
Alsones Balestrin, co-fundador da Startup Academy
Sabemos que startup é um negócio nascente que depende muito da qualificação e das habilidades do empreendedor. Ao mesmo tempo, os maiores fundos de investimento estão com um apetite muito elevado para investir em startups. Mas, quem é que está formando esses empreendedores? Quem é que está, de certa forma, esculpindo esse empreendedor com as competências para que ele não falhe? Muitos empreendedores gostam de dizer: eu já quebrei dez startups, aprendi bastante. Então, parece que quem já faliu mais startups é o cara! E isso é uma tremenda bobagem, porque quem coloca o dinheiro numa startup não quer que ela quebre, né? O investidor quer que essa startup dê certo. É melhor para o empreendedor se ele der certo na primeira startup, sem quebrar, obviamente. Sabemos que muitas das startups quebram porque o seu fundador não tem as skills necessárias, então, é preparando ele que temos que atuar.
Juliana Suzin, co-fundadora e CEO da Startup Academy
Costumo dizer que o nosso curso não é nada tradicional: não temos disciplina e nós não medimos o aprendizado por carga horária. O aluno aprende fazendo e organizamos o currículo de modo que ele vai entrar no primeiro dia da sua formação e trabalhar de forma aplicada no seu modelo de negócio até o dia 730. Por que a gente organizou isso dessa forma? Porque acreditamos que precisamos transformar. Além do que a gente está trazendo como tese é ir muito além do que o aluno está pensando em termos de tirar a sua ideia do papel. A ideia é que a gente também transforme essas pessoas que estão dentro das empresas, que a gente transforme esse mindset empreendedor. Então a lógica de você ter um plano de negócio ao longo da sua jornada, não necessariamente significa que você vai querer ser um empreendedor. Mas você vai ser transformado para um mindset empreendedor para que também possa colaborar com as empresas, trabalhar, saber recrutar, identificar lideranças, trabalhar como um líder real e percebemos que se precisa trabalhar competências.