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Desembargador que falou em ‘mulherada louca atrás de homem’ tira licença remunerada do TJ-PR – Política – CartaCapital

Desembargador que falou em ‘mulherada louca atrás de homem’ tira licença remunerada do TJ-PR – Política – CartaCapital



Alvo de investigação no Conselho Nacional de Justiça, o desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná Luis Cesar de Paula Espíndola pediu licença temporária da Corte após dizer em uma sessão que “as mulheres estão loucas atrás de homens”.

O afastamento será remunerado e valerá até 31 de julho. A última informação disponível no portal da transparência do TJ dá conta de que Espíndola recebeu, em maio, quase 93 mil reais.

Esse tipo de licença está prevista no estatuto dos funcionários do tribunal paranaense e pode ser concedida sem que o magistrado seja obrigado a apresentar um motivo.

As declarações de Espíndola ocorreram quando a 12ª Câmara Cível do TJ, presidida por ele, discutia a possibilidade de conceder medida protetiva a uma adolescente que disse ter sido assediada por um professor. O julgamento já havia sido encerrado quando o juiz pediu a palavra e disse ser um “absurdo estragar a vida” do docente envolvido no caso.

Nas palavras do magistrado, a situação envolveria apenas o “ego de adolescente” que “precisava de atenção” e o professor teria sido “infeliz, mas aprendeu a lição”. Uma desembargadora que estava presente reagiu, mas Espíndola rebateu dizendo que as mulheres “estão assediando todo mundo”, incluindo professores de universidades.

“Quem está correndo atrás dos homens são as mulheres. Não tem no mercado, né? A mulherada está louca para levar um elogio, uma piscada, uma cantada respeitosa. Vai no parque, só tem mulher com cachorrinho, louca para encontrar um companheiro. A paquera é uma conduta que sempre existiu, sadia”, continuou.

Na semana passada, o corregedor do CNJ, Luis Felipe Salomão, abriu um procedimento disciplinar contra o desembargador e afirmou que o discurso precisa ser investigado por ser “potencialmente preconceituoso e misógino”.

“É necessário discorrer cada vez mais sobre a cultura de violência de gênero disseminada em nossa sociedade. Ela é fomentada por crenças e atos misóginos e sexistas, além de estereótipos culturais de gênero”, afirmou Salomão, que também fixou prazo de 15 dias para o magistrado se manifestar.

Após as declarações repercutirem nas redes sociais, Espíndola afirmou que não teve a intenção de menosprezar o comportamento feminino e disse sempre ter defendido a “igualdade entre homens e mulheres, tanto em minha vida pessoal quanto em minhas decisões”.



Fonte: Carta Capital

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