A taxa de desemprego no Brasil, divulgada no final do mês passado, mostrou que houve uma queda na desocupação no País. Se no segundo trimestre do ano o índice estava em 6,9%, o percentual reduziu em 0,5% e foi a 6,4% no terceiro trimestre. Segundo o IBGE, que divulgou, nesta sexta-feira 22, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, a taxa atual é a menor para um terceiro trimestre desde o início da série histórica, em 2012.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, a queda é ainda mais significativa, uma vez que, naquele período, a taxa estava em 7,7%.
Com o resultado divulgado, o número absoluto de desocupados no País ficou em 7 milhões de pessoas. Por outro lado, são 103 milhões de pessoas ocupadas no Brasil, o que representa uma alta de 1,2% na comparação com o trimestre anterior.
O analista da PNAD Contínua, William Kratochwill, falou em “tendência de queda” para classificar o movimento da taxa de desemprego.
“Essa redução pode ser atribuída à chegada do segundo semestre do ano, período em que as indústrias iniciam o ciclo de contratações voltado à produção e formação de estoques, visando a atender ao aumento do consumo no final do ano. No último trimestre, a ocupação na indústria registrou um acréscimo de mais de 400 mil vagas”, explicou Kratochwill.
Queda em 7 das 27 unidades da Federação
O IBGE avaliou as taxas de desemprego nas 27 unidades da Federação e concluiu que houve queda em 7 delas durante o terceiro trimestre deste ano. Nas demais, houve estabilidade nos dados, com variações mínimas para cima e para baixo.
As quedas foram registradas em Rondônia, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Assim, as unidades da Federação com as maiores taxas de desocupação são Pernambuco (10,5%), Bahia (9,7%) e Distrito Federal (9,7%). Por outro lado, as taxas mais baixas foram registradas em Rondônia (2,1%), Mato Grosso (2,3%) e Santa Catarina (2,8%).
Informalidade, um fenômeno persistente
Não é de hoje que a taxa de informalidade no mercado de trabalho brasileiro gira na casa dos 40%. O montante persiste desde, pelo menos, a crise econômica que atingiu o país entre 2014 e 2017. No terceiro trimestre de 2023, segundo o IBGE, a taxa de informalidade foi de 38,8%.
Apesar da média nacional, há estados em que a taxa supera com facilidade a casa dos 50%, como é o caso do Pará (56,9%), do Maranhão (55,6%) e do Piauí (54,5%). Por outro lado, Santa Catarina (26,8%), Distrito Federal (30,2%) e São Paulo (30,6%) registram as taxas de informalidade mais baixas.
Rendimento médio
As pessoas ocupadas no País no terceiro trimestre receberam, em média, R$ 3.277 por mês em setembro. Na definição do IBGE, esse é o rendimento médio habitual brasileiro.
O valor ficou levemente acima do registrado no trimestre anterior, quando foi de R$ 3.239. No ano, o aumento é de 3,7%, o que impõe dificuldades à superação da inflação.
Há, porém, diferenças regionais. O Centro-Oeste (R$ 3.683) e o Sudeste (R$ 3.656) lideram a lista, seguidos pelo Sul (R$ 3.577), o Norte (R$ 2.482) e o Nordeste (R$ 2.216).
Outra diferença significativa é pelo sexo. Segundo o IBGE, os homens registraram renda média real de R$ 3.459, enquanto as mulheres tiveram renda média de R$ 2.697.