A despesa da União com a previdência dos militares saltou mais de 84% em apenas 10 anos. Segundo um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), citado em matéria do jornal O Globo desta quarta-feira 19, o montante para manter integrantes da reserva das Forças Armadas saiu de 31,85 bilhões de reais em 2014 para 58,8 bilhões de reais em 2023.
Na prática, os dados mencionados pelo jornal indicam que cada beneficiário, militar inativo e pensionista das Forças Armadas custa mais de 187 mil reais para a União. O montante representa um déficit de quase 159 mil reais por pessoa no ano passado. Há dez anos o volume de despesas já era maior do que a receita, mas em patamar inferior: ‘apenas’ 110,9 mil reais.
Na comparação com civis e demais servidores federais, explica o jornal, os militares representam o regime previdenciário mais caro para a União. O déficit citado entre os civis, segundo o TCU, é de 9,4 mil reais. O montante fica em quase 69 mil reais para os funcionários públicos federais.
Os militares, importante lembrar, foram os únicos poupados na Reforma da Previdência promovida pelo governo de Michel Temer (MDB). As despesas, informou recentemente a ministra Simone Tebet, responsável pelo orçamento do governo federal, estariam na mira como uma forma de ampliar a arrecadação. A conta política, no entanto, é mais complexa devido ao forte lobby de fardados em Brasília.
A necessidade de rever o sistema de aposentadorias e pensões das Forças Armadas, vale dizer, também foi citado pelo TCU. A menção está no voto do ministro Vital do Rêgo sobre as contas do governo Lula (PT) de 2023.