A presidenta do Banco dos Brics, Dilma Rousseff, criticou o uso do dólar como “papel de reserva internacional”. Em discurso nesta segunda-feira 22 em um evento paralelo ao G20, Dilma defendeu ainda medidas para países em desenvolvimento.
“Há uma dicotomia, que é o fato de o dólar ser uma moeda doméstica, nacional, e cumprir um papel de reserva internacional”, disse no evento “States of the Future”.
A ex-presidenta brasileira identificou ainda o financiamento como uma barreira para os países em desenvolvimento enfrentarem as crises em todas as áreas e ao mesmo tempo atingirem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pelas Nações Unidas.
“As condições globais de financiamento, além de reduzidas, são proibitivas, devido aos riscos cambiais e às taxas de juros elevadas praticadas nas economias centrais que colocam em risco a estabilidade financeira”, destacou.
Dilma afirmou que apesar dos frequentes apelos e promessas de apoio ao desenvolvimento sustentável, faltam ações concretas para de forma efetiva garantir o enfrentamento dos desafios urgentes, como a mudança climática e a imensa desigualdade “que assola nossos países e atinge de forma mais contundente os países mais pobres”.
A ex-presidenta criticou ainda a defesa de um Estado mínimo e as políticas neoliberais. “O denominado pensamento único, que construiu uma falsa oposição entre Estado e mercado e impôs ao Sul Global o preconceito contra a atuação do Estado, vem sendo questionado pela própria atuação das economias desenvolvidas, que têm adotado políticas para fazer desenvolver sua própria industrialização”.