O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes revelou detalhes, em sessão da 2ª Turma nesta terça-feira 11, sobre seu encontro no início de abril com o senador Sergio Moro (União-PR).
Na ocasião, Moro, ex-juiz da Lava Jato, ainda aguardava o julgamento de ações no Tribunal Superior Eleitoral que poderiam levar à cassação de seu mandato. Gilmar, por sua vez, é um dos principais críticos do modus operandi adotado pela operação ao longo da última década.
“Eu, até em um encontro muito divertido que tive não faz muito tempo com o senador Sergio Moro, tive a oportunidade de dizer isso a ele, de viva voz, como é do meu feitio. Eu disse a ele, usando uma expressão do nosso mundo rural, que há muito tempo eu já falava e denunciava que ele e [o procurador Deltan] Dallagnol roubavam galinhas juntos. É uma expressão lá do meu Mato Grosso”, disse Gilmar Mendes nesta terça.
No fim de fevereiro, em entrevista a CartaCapital, Gilmar afirmou que o Brasil deu importantes passos para evitar novas arbitrariedades como aquelas registradas na Lava Jato, mas defendeu manter a atenção a fim de não repetir os abusos. Isso passaria, por exemplo, pela criação de uma espécie de Comissão da Verdade.
“Levaram à derrocada todo o sistema político brasileiro, por isso se explica também a eleição de Bolsonaro, que logrou apresentar-se como alguém que não pertencia a nenhuma corrente partidária organizada, ninguém que fosse ou pertencesse ao establishment”, avaliou o decano do STF, na ocasião.