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Em novo “round”, Lira destrava PEC que limita decisão individual de ministros do STF

Em novo “round”, Lira destrava PEC que limita decisão individual de ministros do STF


Em um novo capítulo do embate entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu destravar um projeto que estava adormecido nos escaninhos do Legislativo e que pode limitar os poderes dos ministros da mais alta corte do Judiciário.

Lira encaminhou, nesta sexta-feira (16), à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita decisões individuais dos ministros do Supremo.

A decisão do deputado é tomada 8 meses depois da apresentação do texto à Câmara e ocorre justamente no momento em que Congresso e STF estão em lados opostos no debate em torno das emendas parlamentares.

Além disso, Lira encaminhou à CCJ um texto mais recente, que conta com a assinatura de 184 deputados, que permite a suspensão dos efeitos de decisões de ministros do STF caso o Legislativo considere que elas “exorbitam o adequado exercício da função jurisdicional”.

Nesta sexta, o STF formou maioria para manter a decisão do ministro Flávio Dino de suspender a execução das emendas parlamentares impositivas (que têm execução obrigatória no Orçamento). O tema é alvo de uma disputa entre Legislativo e Judiciário – e também o Executivo, já que o Palácio do Planalto já deu inúmeros sinais de que apoia a limitação das emendas.

A PEC encaminhada por Lira à CCJ foi aprovada pelo Senado, no ano passado, também em um contexto de insatisfação generalizada dos parlamentares em relação a julgamentos do Supremo. Desde então, o texto estava parado na CCJ da Câmara.

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A proposta proíbe decisões monocráticas (individuais) de ministros, desembargadores e juízes que suspendam a validade de leis ou atos dos presidentes da República, da Câmara e do Senado. Hoje, não existe nenhuma limitação para essa medida.

Por meio de nota, a presidente da CCJ, deputada Caroline de Toni (PL-SC), afirmou que a comissão dará a “celeridade devida” à análise da PEC – classificada pela parlamentar como “um dos principais pleitos da oposição”.

De acordo com o projeto, as decisões individuais de ministros do STF continuariam permitidas para suspender atos normativos do Executivo, como portarias. A proibição valeria apenas para atos assinados pelos presidentes da República e das duas casas legislativas.

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Retaliação

Essa não é a primeira medida de retaliação do Congresso Nacional em relação ao STF após a decisão de Flávio Dino sobre as emendas parlamentares. 

Na noite de quarta-feira (14), a Comissão Mista de Orçamento rejeitou uma Medida Provisória editada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que abria um crédito extraordinário de R$ 1,3 bilhão para o Judiciário e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

No mesmo dia, Dino determinou a suspensão de todas as emendas parlamentares impositivas – incluindo as chamadas emendas “Pix” – até que sejam estabelecidas novas regras que garantam a transparência e a eficiência na liberação dos recursos.

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A medida envolve todas as emendas ao Orçamento da União de transferência obrigatória. Segundo o magistrado, a execução de emendas que não obedeçam a critérios técnicos de eficiência, transparência e rastreabilidade é incompatível com a Constituição.



Fonte: Infomoney

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