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Enchentes devem provocar demissões em 39% dos bares e restaurantes do RS

Enchentes devem provocar demissões em 39% dos bares e restaurantes do RS



A Associação de Bares e Restaurantes do Rio Grande do Sul (Abrasel RS) divulgou nova pesquisa sobre os impactos das enchentes de maio no Estado. O levantamento mostra que 39% dos bares e restaurantes precisarão demitir funcionários por não conseguirem arcar com a mão de obra e 46% devem demitir entre três e cinco empregados. As informações são da Abrasel. 

Entre os estabelecimentos que participaram da pesquisa, 33% tiveram danos com insumos, 21% com maquinários e 17% danos imobiliários. Para 84% dos participantes, o faturamento de maio foi menor que o do mês anterior.

Os empresários fizeram críticas a algumas medidas adotadas pelo poder público para evitar cortes de vagas. Para mais da metade dos entrevistados (51%), a adoção do BEm (Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda) por parte do governo federal seria a solução viável para a manutenção dos empregos; para 9% a opção ideal seria o Layoff e para 40% nenhuma das duas se aplicariam.

No dia 20 de junho, o Ministério do Trabalho e Emprego publicou a Portaria nº 991, que prevê o pagamento de duas parcelas do salário-mínimo para os funcionários das empresas afetadas – com a condição de que a empresa o mantenha empregado por, no mínimo, quatro meses. Porém, empresários têm afirmado que a medida não é suficiente.

A Abrasel também criticou o pagamento de duas parcelas do salário-mínimo previsto pelo governo federal, pontuando que o piso da categoria no Estado é de R$ 1.655, ou seja: o empresário terá que complementar o valor da folha de pagamento, além dos demais encargos trabalhistas que precisará arcar.

O presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, também chama a atenção para a necessidade da reedição do BEm, explicando a diferença entre o programa e a atual portaria publicada pelo Governo: no BEm havia a suspensão do salário e era pago um piso proporcional, não apenas o salário-mínimo, de forma que o empresário não precisasse complementar o valor.

“A portaria assinada paga um salário-mínimo por dois meses, mas isso é insatisfatório, uma vez que existem outras despesas que o empresário não consegue arcar, além de precisar tirar do próprio bolso o valor restante para pagar o salário integral. Os donos dos negócios já precisam lidar com as perdas e com o faturamento deficiente. Observando pelo lado lógico, sairia mais barato demitir e é exatamente o que não queremos”, afirma.

O cenário difícil do mercado de trabalho no delivery no Rio Grande do Sul também fica claro com os dados apresentados por uma pesquisa realizada pelo iFood, mostrando que 1.308 entregadores deixaram de logar no aplicativo entre 21 e 27 de maio, e 2.200 restaurantes não registraram pedidos entre os dias 6 e 27 do mesmo mês.

Acesso ao crédito

A pesquisa indicou outra preocupação para os donos de bares e restaurantes no processo de recuperação de seus negócios: 62,5% dos respondentes estão com dificuldade de acesso ao crédito. A situação se revela ainda mais alarmante considerando que para 64% dos empreendedores os custos para a retomada das atividades será de até R$ 500 mil, e 25% dos negócios ainda não conseguiram reabrir suas portas.

“Desde o início estamos pedindo acesso ao crédito com juros subsidiados, mas não é isso que recebemos. O que veio foi o Pronampe, que até certo ponto, vem com redução de juros, mas muitos não estão conseguindo acesso. As linhas de crédito estão começando a ser operacionalizadas agora, depois de quase 50 dias do início das enchentes. Nós precisamos de ações mais efetivas. Precisamos de crédito no mercado, e com maior abrangência”, aponta Tartoni.



Fonte: Jornal do Comércio

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