A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) acionou o Ministério Público de Goiás contra policiais civis que invadiram uma casa por engano durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em Aparecida de Goiânia.
O pedido prevê o afastamento temporário dos agentes e do delegado que conduziu a operação e a abertura de uma investigação por abuso de autoridade, dano, lesão corporal e invasão de domicílio.
Além disso, a parlamentar solicita que o MP apure se o secretário estadual de Segurança Pública, Renato Brum dos Santos, foi omisso ao “não garantir a observância de protocolos de conduta de agentes de segurança pública em cumprimento de mandados judiciais e abordagem de cidadãos”.
“As condutas retratadas na presente representação demonstram um total despreparo de agentes de segurança pública do Estado, seja pela execução equivocada e descuidada de mandado judicial, seja pelo tratamento dado à família presente na residência em que foi abordada”, escreveu a líder do PSOL na Câmara.
As imagens do episódio, que circularam nas redes sociais na manhã desta sexta-feira 12, expõem momentos de tensão, principalmente após uma agente sacar a arma e apontá-la para uma mulher e seus dois filhos. Também é possível ouvir a vítima reclamando da ação policial, com voz embargada, enquanto os policiais alegavam agir de acordo com a ordem judicial.
Além de ter uma arma apontada para seu rosto, a moradora foi agarrada pelo pescoço por um dos agentes. A discussão só terminou após os policiais descobrirem que outra pessoa seria alvo do mandado de busca e apreensão. Os agentes eram lotados na Delegacia Estadual de Investigações Criminais e trabalhavam na operação contra suspeitos de envolvimento no tráfico de drogas.
O incidente foi denunciado à Corregedoria da Polícia na tarde de quinta-feira. “Queremos só justiça e que isso não aconteça mais. Uma hora acontece uma tragédia. Pensa se a arma dispara”, afirmou à TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo, o empresário Thassio Silva, cuja casa foi invadida.
Procurada pela reportagem, a secretaria afirmou que a Superintendência de Correições e Disciplina da Polícia Civil abriu um procedimento interno para apurar o episódio. “Os mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos dentro da legalidade, conforme deferimento de ordem judicial”, acrescentou.
Sobre a representação apresentada pela deputada Érika Hilton, a pasta ainda não se manifestou. O espaço segue aberto.