A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu a necessidade de adaptação às novas condições climáticas extremas. A postura se alinha ao fato, segundo a ministra, de que ainda não se sabe de maneira precisa o que são fenômenos climáticos extremos.
A declaração foi dada por Marina em entrevista, nesta terça-feira 14, ao site UOL.
“Os cientistas estão dizendo que, possivelmente, no ano passado, houve uma mudança de chave: o que era extremo, passou a ser normal, e o que é o extremo, nem sabemos ainda o que é. Essas realidades já mudaram”, reconheceu a ministra.
Para ela, existe uma desconfiguração da normalidade climática, ao menos como era entendida até o passado recente. Marina aproveitou para contextualizar o processo de mudança.
“Na década de 1970, chegou-se à conclusão que se deveria tomar providências urgentes. Infelizmente, não foram tomadas as providências. A providência mais importante era: reduzir o CO2, o uso de combustível fóssil, carvão, petróleo, gás e desmatamento”, explicou.
Entretanto, “isso não aconteceu no tempo que era para ter acontecido”, segundo a ministra. “Agora, já estamos vivendo a consequência. Vamos ter que nos adaptar”, reconheceu.
Um dos exemplos mais latentes é o processo de enchentes vivido pelo Rio Grande do Sul nas últimas semanas. Quase todas as cidades do estado foram afetadas por chuvas muito além do esperado para o período, o que já causou a morte de 148 e demandará um processo de reconstrução do estado.