O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na terça-feira 7 um reajuste da previsão de crescimento do PIB do ano passado, dos 3,3% estimados em novembro para 3,6%, e de déficit de 0,1% nas contas públicas, dentro da projeção do governo e dos limites do arcabouço fiscal. A arrecadação federal atingiu 209,2 bilhões de reais em novembro, 11,2% acima dos 188,1 bilhões do mesmo mês de 2023, e um total de 2,4 trilhões entre janeiro e novembro, o segundo melhor resultado desde 1995. Um efeito do crescimento da economia e de novos impostos, como aquele sobre fundos de investimento exclusivos, restritos a famílias e grupos de milionários, e a recuperação de receitas tributárias perdidas em governos anteriores com isenções e benefícios indevidos.
As montadoras atingiram recordes de vendas e de investimentos. Os resultados econômicos são relevantes, ainda mais quando se leva em conta que a inflação, apesar de ter ultrapassado o teto da meta, continua sob controle, assim como o gasto público. O oposto, portanto, do cenário descrito nas atas do Banco Central e nas manifestações do sistema financeiro, em especial no segundo semestre do ano passado, como retrataram as manchetes alarmistas do noticiário econômico no fim do ano. O País não está à beira do precipício em consequência da “gastança” do governo nem à beira de um descontrole inflacionário, apesar de ser esta a toada cotidiana da mídia e das declarações de economistas vinculados ao mercado. A versão de descontrole e alto risco impôs-se, entretanto, e a expectativa inicial de um fim de 2025 com juros e inflação em queda foi engolfada pela especulação desenfreada com o dólar, em especial no mês de dezembro.