E aí cabe o humor. A linhagem de autores à qual pertencem o grupo Memphis e Humberto da Mata remonta ao nascimento do design industrial, na segunda metade do séc. 19. “Na época, o escocês Christopher Dresser projetou uma série de utensílios de metal em que havia uma brincadeira entre linguagem verbal e visual. A perna do açucareiro era uma perna. Peças desse tipo criam novas narrativas”, conta Ethel. Depois vieram vários movimentos em que o design incorpora o humor, como o futurismo italiano e o surrealismo, até que, com a chegada do pós-modernismo, a ideia se disseminou. Hoje em dia, é fácil listar estrelas do design que, paralelamente a uma produção mais objetiva e racional, encontram prazer na criação de artigos questionadores e divertidos, como Inga Sempé, Jaime Hayon, Marcel Wanders, Nika Zupanc, Philippe Starck, Stefano Giovannoni e Tom Dixon. Outros, como Karim Rashid, Marcantonio, Matteo Cibic e Studio Job, têm na irreverência seu motor principal. Esse cenário reflete o desejo por um décor mais leve, alto-astral e recheado de histórias.