O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quarta-feira (26), que o seu antecessor e rival político Jair Bolsonaro (PL) tem direito à “presunção de inocência” nos inquéritos de que é alvo pela Polícia Federal (PF) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar de afirmar que Bolsonaro deve ter o direito pleno à defesa e ser ouvido pelas autoridades, Lula disse que o ex-presidente tentou dar um golpe de Estado para impedir que o petista tomasse posse e governasse o país pela terceira vez.
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“O que eu defendo para ele, eu defendo para mim. Que ele tenha direito à presunção de inocência, que ele tenha direito de se defender e que ele seja ouvido. É o que eu queria para mim, o que eu não tive. Eu fui condenado por um crime que foi ‘fato indeterminado’”, afirmou Lula, em entrevista ao UOL, no Palácio do Planalto.
“Mas que ele tentou dar um golpe, tentou. Isso é visível”, completou o presidente.
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Lula foi preso em 2018, no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, e ficou 1 ano e 7 meses detido. Em 2021, o STF anulou todas as condenações impostas ao petista, alegando que o então juiz Sergio Moro (depois ministro da Justiça de Bolsonaro e hoje senador pelo União Brasil) não havia sido parcial ao julgá-lo.
O Supremo também entendeu que a 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) não era o foro adequado para o julgamento do hoje presidente da República.
“Não quero que ele [Bolsonaro] seja condenado ou que ele seja inocentado. Quero que ele seja julgado corretamente, com direito de defesa, e que prevaleça aquilo que a Justiça encontrar. Quero que ele seja julgado da forma mais honesta possível”, concluiu Lula.
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Entre os processos dos quais Bolsonaro é alvo, estão o inquérito que apura o suposto envolvimento do ex-presidente nos ataques ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao STF, no dia 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse de Lula.
Bolsonaro também é investigado por suposta fraude no cartão de vacinação durante a pandemia de Covid-19 e por supostamente ter se apropriado de forma indevida de joias dadas pela Arábia Saudita ao governo do Brasil.