O presidente Lula (PT) afirmou, nesta sexta-feira 21, ser necessário ter cautela sobre o apoio a candidatos nas eleições municipais deste ano. Segundo ele, é preciso ponderar se subir em um palanque poderá prejudicar o diálogo do governo com o Congresso Nacional.
“Muito cuidado, sem esquecer que a eleição termina, a vida continua e vou precisar ter relação com o Congresso”, afirmou, em entrevista à Rádio Meio, em Teresina (PI).
Por outro lado, mencionou diretamente seu apoio a Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo; a Eduardo Paes (PSD), no Rio de Janeiro; e a João Campos (PSB), no Recife (PE). Também exaltou a “candidatura competitiva” de Maria do Rosário (PT) em Porto Alegre (RS).
“Onde eu não tiver candidato, vou apoiar o candidato aliado. O que não quero é que os adversários ganhem, porque os adversários são negacionistas, não gostam da verdade, não gostam de coisa certa.”
Sobre as dificuldades na interlocução com o Legislativo, Lula declarou que “nem sempre o que sai na imprensa reflete a realidade da relação” e disse não ter ter sido derrotado em qualquer votação importante. “No frigir dos ovos, sempre acaba tendo um acordo e acontecendo aquilo que a gente quer.”
Questionado a respeito de uma possível reforma ministerial, Lula disse estar satisfeito com a atual composição da Esplanada. “Não vejo nenhuma necessidade de uma reforma”, avaliou. “Estamos na época da colheita e vamos precisar muito mais de gente de dentro do que de gente de fora.”
Por fim, diante de pesquisas de opinião que apontam a dificuldade de a aprovação ao governo decolar, Lula declarou que os eleitores estão ansiosos por resultados. Ponderou, contudo, demorar “para as pessoas compreenderem também que alguns projetos tomam mais tempo”.