O presidente Lula (PT) voltou a criticar a Lava Jato durante cerimônia no Rio de Janeiro nesta quarta-feira 19 e afirmou que operação utilizou-se do discurso do combate à corrupção para “destruir” a Petrobras. Apesar disso, seguiu o petista, a estatal resistiu a essas tentativas de desmonte e hoje tem ajudado na retomada do crescimento econômico.
As declarações foram dadas durante solenidade de posse de Magda Chambriard à frente da companhia. Participaram do evento ministros do governo, a exemplo de Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil), parlamentares e empresários.
“A farsa que sustentou a Lava Jato foi desmontada e aqui estamos de volta para reconstruir a Petrobras e o Brasil. Para reafirmar o papel da Petrobras no crescimento do país e nossa soberania”, afirmou. “Se o objetivo fosse combater a corrupção, que se se punissem os corruptos, deixando intacto o patrimônio do nosso povo. Mas eles quiseram vender o nosso patrimônio”.
Lula pontuou também que, além da Lava Jato, as elites econômicas também encabeçaram uma ofensiva de ataques à companhia ao longo dos seus 70 anos. Um dos desses momentos, segundo ele, foi à luz da descoberta do pré-sal, em meados da década de 2000, quando especialistas falavam que, apesar de o Brasil ter encontrado o mineral, não seria possível produzi-lo por ser “muito caro”.
Em seu discurso, o petista ainda criticou a venda de ativos da empresa, classificando como “fatiamento”, e disse considerar que esse processo tinha o objetivo de entregar o patrimônio da empresa a petroleiras de outros países. Para Lula, a estatal, sob nova gestão, não tem “medo de desafios”, em referência ao plano estratégico de investimentos da empresa. O plano referente ao período de 2024 a 2028 tem previsão de investimentos na casa de 102 bilhões de dólares.
Mais adiante, Lula destacou que não quer que os acionistas percam dinheiro com a Petrobras. “É preciso que prevaleça a verdade para o povo brasileiro. Ninguém quer que acionista tenha prejuízo. Ninguém quer que a Petrobras perca dinheiro. Quero a Petrobras seja uma empresa lucrativa, mais imposto vai pagar”, acrescentou.
Magda Chambriard foi indicada ao cargo após a queda de Jean Paul Prates, que estava à frente da estatal desde janeiro de 2023. Prates atribui sua saída aos ministros Rui Costa e Alexandre Silveira, que teriam ficado “regozijados” com sua demissão.
Ela será a segunda mulher a comandar a estatal. Com o nome aprovado pelo Conselho de Administração, a executiva se juntará a Graça Foster como as únicas mulheres a presidirem a Petrobras em 70 anos. Antes da indicação, ela foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo entre 2012 e 2016.
No discurso, Lula elogiou a nova presidente da empresa. Em sua avaliação, Chambriard tem a competência e todas as credenciais para tocar os desafios da companhia. A nova dirigente, por sua vez, prometeu prezar por “resultados empresariais robustos” e manter uma visão alinhada ao petista.