As principais centrais sindicais brasileiras elaboraram uma carta em que defendem o fim da jornada laboral 6 x 1 —seis dias de trabalho e um de descanso — sem redução dos salários. O comunicado engrossa a mobilização em torno da proposta de emenda à Constituição da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).
No documento, divulgado nesta quarta-feira 13, os presidentes de CUT, Força Sindical, UGT, Centrais Sindicais Brasileiras e Nova Central Sindical de Trabalhadores destacam que a última redução da jornada de trabalho veio com a Constituição de 1988 e afirmam que o apelo popular em torno do tema “mostra que se trata de um forte anseio da classe trabalhadora”.
“Os brasileiros querem mais qualidade de vida, bem-estar e menos doenças ocupacionais. Querem, enfim, trabalhar com base em relações mais humanizadas”, diz o texto. “Com o avanço da automação e mudanças tecnológicas no processo de produção, o mundo do trabalho já não é o mesmo. Está mais do que na hora de reajustar essa jornada, sem reduzir os salários e os empregos.”
A carta ainda diz que experiências de redução de jornada em outros países mostram que há aumento de produtividade no trabalho e estímulo à criação de novos postos.
Atualmente, a Constituição prevê uma jornada de oito horas diárias, com carga semanal total de 44 horas. O objetivo de Erika Hilton é reduzi-la para 36 horas e substituí-la por um modelo 4×3 — quatro dias de trabalho e três de folga.
O texto mantém, no entanto, o dispositivo que permite a “compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”. Nesta quarta, Hilton conseguiu atingir o mínimo de assinaturas necessárias para iniciar a tramitação da PEC.