O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta quarta-feira 30, que o anúncio das medidas de corte de gastos será adiado em pelo menos uma semana.
Em Brasília, Haddad explicou que a decisão de atrasar a apresentação do texto foi motivada pela necessidade de ajustar a redação da proposta de Emenda Constitucional, garantindo a integração das despesas obrigatórias ao novo arcabouço fiscal.
“Estamos lidando com finanças públicas, então, uma semana a mais pode melhorar a qualidade do trabalho”, justificou o ministro.
Haddad destacou, por exemplo, a importância da reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, realizada na terça-feira 29, para ajustar trechos da medida. Segundo ele, houve “convergência” entre as pastas, o que abre caminho para iniciar conversas com líderes partidários e avançar no texto que será enviado ao Congresso.
“As medidas terão o impacto necessário para que o arcabouço seja cumprido”, acrescentou Haddad, ressaltando que o objetivo é garantir a sustentabilidade fiscal no médio e longo prazo.
Em resposta à reação negativa do mercado, Haddad comparou a situação com o atraso de dez dias na apresentação do arcabouço fiscal, argumentando que, à época, o tempo adicional resultou em um texto mais bem aceito pelo setor.
Na mesma linha, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, também reforçou nesta quarta-feira que o governo não vê urgência em aprovar o pacote de corte de gastos ainda este ano. Para Tebet, a prioridade é apresentar o plano em novembro. O debate e a aprovação, argumenta, poderiam ficar para 2025.
“Precisamos apresentar um pacote consistente, que ofereça conforto tanto ao presidente quanto ao Congresso Nacional”, disse.