A capa da revista Time desta semana traz o presidente da Argentina, Javier Milei, sob o epíteto ‘o radical’. Em entrevista à publicação americana, o ultraliberal conta como pretende implementar medidas econômicas de “terapia de choque” para tirar o país da crise econômica e controlar a inflação.
Sobre os problemas enfrentados pela população durante esse duro processo de ajuste fiscal e cambial, Milei ressaltou a herança do governo anterior de altos déficits, crise cambial e reservas negativas e argumentou que não havia uma alternativa gradual ao choque, por falta de financiamento.
Segundo Milei, mesmo que houvesse uma opção de ajuste gradual, o choque será mais efetivo para estimular a economia. Ele também afirma que seus esforços até agora obtiveram bons resultados na contenção da inflação e que a recuperação da atividade econômica começará a qualquer momento.
Milei também abordou as reformas estruturais que pretende aprovar no Congresso, as manifestações de estudantes universitários contra seu governo e suas promessas de campanha mais controversas, como a dolarização da economia argentina e a recusa de manter relações com a China.
Presidente argentino já concedeu entrevistas para outros veículos estrangeiros como Financial Times, BBC e Bloomberg nas quais defendeu suas visões para resolver a crise argentina, mas suavizou a retórica anti-China, embora tenha mantido suas críticas ao comunismo como um “sistema assassino”. Também demonstrou sua admiração por personalidades como Donald Trump, Elon Musk, Margareth Thatcher e Ronald Reagan.
Além de Milei, vários presidentes argentinos foram selecionados pela revista Time durante sua história. A começar por Ramón Castillo, em maio de 1941, houve 18 aparições na capa, incluindo Juan Domingo e Eva Perón, figuras que deram origem ao peronismo, e Raul Alfonsín, primeiro presidente democraticamente eleito após a ditadura da junta militar argentina.
Outras personalidades argentinas que já passaram pela capa da revista Time no passado incluem o papa Francisco, que teve mais aparições do que qualquer outra celebridade do país, Lionel Messi, um dos maiores ídolos da história do futebol argentino, e Che Guevara, que apareceu acompanhado dos líderes comunistas da União Soviética e da China, Nikita Kruschev e Mao Tse-Tung.