O ministro da Defesa, José Múcio, defendeu nesta sexta-feira (7) que a iniciativa privada possa atuar na terra indígena Yanomami. Segundo o ministro, o governo não tem recursos suficientes para dar conta da região, que é alvo de garimpo ilegal e exploração clandestina de madeira.
“Nós ficamos lutando pela conquista de um território que nós poderíamos estabelecer que a iniciativa privada poderia nos ajudar na ocupação do território. O índio ganharia. Esse modelo seria brasileiro? Não, esse modelo é americano — Las Vegas é dos índios —, da Nova Zelândia, do Canadá, da Austrália. Esse modelo já funciona no mundo. Tirar os bandidos do processo e botar a sociedade para participar das áreas dos indígenas. Eles receberiam bem mais e as terras estariam preservadas”, disse o ministro.
“Precisamos ter um recurso enorme para cuidar de um patrimônio gigantesco que não vai produzir para nós, mas que o crime organizado está se estabelecendo no Amazonas, nas áreas de garimpo, nas terras que não podem ser plantadas. Então, é uma guerra perdida, pois a lei não nos protege”, disse Múcio. Segundo o ministro, as operações do Exército na Amazônia são “enxuga-gelos”. “Os desafios são permanentes, a gente vai, faz uma operação, não tem recursos para continuar e, quando a gente sai, começa tudo outra vez”, destacou.
Múcio participou nesta tarde, em Brasília, do Seminário Internacional sobre Segurança Pública, Direitos Humanos e Democracia, evento organizado pelo Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (Iree) em parceria com o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). A mesa também contou com as presenças do comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, e do ex-ministro da Defesa general Fernando Azevedo e Silva.