Ministros levarão ao presidente Lula (PT) nesta sexta-feira 24 um plano de ações para reduzir os preços dos alimentos. Trata-se de um tema prioritário para o governo na busca por elevar seus índices de aprovação.
Rui Costa (Casa Civil), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Fávaro (Agricultura), além do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, discutiram medidas na manhã desta quinta.
Dias após arrefecer a polêmica nas redes sociais sobre a fiscalização de transferências via Pix, o governo teve de se defender depois de Rui Costa afirmar, na quarta-feira 22, que o Executivo estuda um “conjunto de intervenções” para baixar os preços.
Horas mais tarde, Costa se justificou, em entrevista à CNN Brasil. “Para não ter ruído de comunicação e para ninguém ficar derivando para outras imaginações, vamos substituir a palavra intervenções por medidas”, declarou.
Na chegada ao Palácio do Planalto para o encontro desta quinta, Paulo Teixeira disse ter se tratado de “um equívoco de comunicação”, sem citar Rui Costa. “O presidente já falou, já afastou qualquer possibilidade de intervenção nisso. A Casa Civil já esclareceu.”
Também gerou a reação a hipótese de o governo estudar uma mudança na regra sobre o prazo de validade dos alimentos, uma demanda do setor de supermercados. Rui Costa, porém, também rechaçou a iniciativa. “Essa não é a cultura do Brasil, não é a prática do Brasil, então não vejo nenhuma possibilidade dessa sugestão específica ser adotada.”
Os preços do grupo de Alimentação e Bebidas foram responsáveis por mais de um terço da alta no IPCA de 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O IPCA marcou 4,83% de janeiro a dezembro e o impacto dos preços de alimentos foi de 1,63 ponto percentual. Esse grupo avançou 7,69%, puxado especialmente pela alta em alimentação no domicílio (8,23%).