O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, pediu nesta sexta-feira 21 que o governo de São Paulo, a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República prestem informações sobre a denúncia de uma suposta determinação para o assassinato do ex-policial Ronnie Lessa, delator do caso Marielle Franco.
A decisão foi tomada após o ministro receber, nesta quinta-feira 20, um ofício do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo. De acordo com a entidade, o Primeiro Comando da Capital, facção que domina os presídios do estado, teria dado autorização para o assassinato de Lessa. A denúncia foi feita por meio de um e-mail recebido pelo sindicato.
O ex-policial chegou na quinta ao presídio de Tremembé, em São Paulo, após deixar o presídio federal de Campo Grande. Por ser ex-policial e ter ligações com milícias, Ronnie é considerado inimigo do PCC.
A transferência foi autorizada por Moraes em função dos benefícios acertados por Lessa no acordo de delação premiada no qual ele acusou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão de serem os mandantes do assassinato de Marielle. Uma das cláusulas do acordo previa que Lessa deixasse o presídio federal onde estava, em Campo Grande (MS), para ficar mais próximo dos familiares, que moram no Rio de Janeiro.
Segundo o sindicato, o “clima está tenso” em Tremembé, com possibilidade de rebelião. A entidade também pediu a Alexandre de Moraes a transferência de Ronnie Lessa para outro presídio.